Fomos lá e vimos: Red Fang

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Música

Fomos lá e vimos: Red Fang

Acabei a noite a dar dicas sobre vinhos ao baterista.

Já não me lembrava de ver o Hard Club com sala esgotada. Cá fora acumulavam-se alguns a ver se uma entrada de algum lado, ora expressando grandes sorrisos ao pessoal da porta, ora confirmando com a bilheteira se teria acontecido o milagre da multiplicação dos bilhetes. Mistura de couro e ganga com jumpers largueironas de há 20 anos atrás, no cantinho, à espreita, impacientemente fumando e lançando olhares furtivos àqueles chosen ones que iam entrando e compondo a sala para receber Red Fang, desta feita cabeças de cartaz e trazendo na bagagem o seu último trabalho Whales & Leeches. A compor esta noite stoner preenchida de ambiências ora psicadélicas, ora punk/rock, estiveram os Lord Dying e os The Shrine. Os primeiros não são estreantes a acompanhar os Red Fang em digressão e marcaram pela sua cadência sludge/doom acompanhada pela voz rouca e agressiva de E. Olson. Os The Shrine com o seu estilo de Venice Beach bem presente também demonstraram ser uma potente trindade de rock n' roll que nos embalou com o seu groove. Mas festa é festa e esta apenas seria concretizada com o monstro meio punk, meio sludge chamado Red Fang, e embora tenham tido pouca interacção com o público, este não foi nada tímido, chegando até a invadir o palco de vez em quando para o crowdsurfing da praxe. Um som enérgico, pesado, obscuro, que fez a sala vibrar em peso ao percorrerem temas de todos os seus álbuns como "Hank is Dead", "Sharks"e "Blood Like Cream", fechando o encore com "Good to Die" e "Prehistoric Dog". Apesar de homens de poucas palavras em palco ainda houve tempo para conviverem um pouco com o pessoal. Acabei a noite a conversar com o baterista, o porreiraço John Sherman, e a dar-lhe dicas sobre onde comprar vinhos e sítios para beber um copo na baixa do Porto.

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