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Identidade

Violência contra pessoas LGBTQs cresce no Brasil

2016 foi considerado o ano mais violento em relação à morte de pessoas LGBTQs.

Foto: João Veloso/VICE originalmente publicada aqui.

No início da década de 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID), listada como doença mental desde 1977. A data, 17 de maio, reforça a luta da comunidade LGBTQ contra o preconceito, e foi a partir dessa ação que surgiu o Dia Internacional de Combate a Homofobia.

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Nesta data, porém, os índices da violência contra a população LGBTQs seguem alarmantes. De acordo com levantamento do Grupo Gay Bahia (GGB), de janeiro a maio deste ano, 117 pessoas LGBTQs foram mortas em decorrência da homofobia. Militante LGBTQ e membro honorário do GGB, Genilson Coutinho disse em entrevista à Rede EBC, que "a cada 25 horas um homossexual é assassinado no Brasil".

Leia mais: Quem a transfobia matou no Brasil em 2016?

Em 2016, a VICE fez um levantamento reunindo denúncias e mortes de pessoas T (transgêneros, transexuais e travestis). No entanto, órgãos oficiais não possuem dados disponíveis, a exemplo da Secretaria Especial de Direitos Humanos, que não dispunha nenhum levantamento na época.

O site Quem a Homotransfobia Matou? compila desde 2015 as mortes de LGBTQs que ocorrem em todo o país. Em 2016, o projeto contabilizou 289 homicídios. Desse total, 127 vítimas eram pessoas T. A maioria dos casos envolvem crimes com requintes de crueldade, envolvendo asfixia, pauladas, facadas, tiros e pedradas. No mesmo ano, o relatório do GGB mostrou que 343 pessoas LGBTQ foram mortas em todo o Brasil, sendo São Paulo o estado com o maior registro desse tipo de crime.

"Hoje é um dia em que queremos dar um grito para que a sociedade acorde e entenda que somos cidadãos e seres humanos, que têm direito à vida também, sem que nossos lares sejam dilacerados. Não adianta termos uma Secretaria de Direitos Humanos se não sairmos dos gabinetes e partirmos para a prática", dá o recado Coutinho.

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