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Adam Lazzara, vocal do Taking Back Sunday, não tem medo de mudanças

Banda que embalou corações adolescentes nos anos 2000 vem ao Brasil para tocar na íntegra seu primeiro álbum “Tell All Your Friends”.
Taking Back Sunday entrevista Adam Lazzara
Foto: Divulgação/Natalie Escobedo

Seria injusto categorizar o Taking Back Sunday como uma banda típica emo. Com mais de 20 anos de carreira, sete álbuns de estúdio lançados e uma rotatividade considerável de membros, o grupo de Long Island nos EUA conquistou uma boa base de fãs, superou a maldição do primeiro álbum que ronda alguns grupos emos e se estabeleceu como uma típica banda de rock: sucesso mediano que garante um publico fiel para os shows durante muitos anos. Apesar de nunca ter considerado a banda como emo e fugir de pensamentos nostálgicos, o Taking Back Sunday chega no Brasil para agradar os entusiastas do emo revival cantando o álbum Tell All Your Friends na íntegra, o primeiro lançado pelo grupo, em 2002.

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“Bom, nós nunca nos consideramos uma banda emo”, começa Adam Lazzara, vocalista da banda pelo telefone. “Nós sempre nos consideramos uma banda de rock e quando começamos a tocar e fazer turnê, nós tocamos com todo tipo de banda, do metal, pop, punk ao hardcore. Com o tempo, as pessoas nos começaram a nos chamar de emo e nós nunca nos importamos muito com isso.”

Por mais que a própria banda fuja do rótulo emocore que teve seu pico mainstream no começo dos anos 2000 — algo comum de ser feito entre bandas da época —, Tell All Your Friends não deixa de ser um dos álbuns mais importantes para os fãs do gênero. Ele é datado, um pouco mal produzido e dramático. Ou seja, perfeito para jovens cheios de ódio, hormônios, lidando com um coração partido, descobrindo as redes sociais e escrevendo blogs nos anos 2000. Embora a evolução da banda seja visível e palpável já no segundo disco Where You Want To Be, e ela tenha passado por mais mudanças musicais desde então, o primeiro álbum mantém até hoje uma aura de sinceridade e ingenuidade.

Se o rock às vezes é xingado por ainda se apegar ao passado e não se comunicar com os jovens da mesma forma que fazia antes, Lazzara de fato é um músico que tem uma visão bem sincera sobre isso. O grupo se considera privilegiado em poder continuar tocando e por isso sempre é necessário olhar para frente. Talvez seja o segredo para não virar o tiozão purista do rock, enchendo o saco de todo mundo.

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"De tempos em tempos, temos pessoas nos perguntando porque não soamos mais que nem a época do Tell All Your Friends. É uma resposta fácil, NA VERDADE. Nós tocamos nossos instrumentos melhor do que naquela época e nós temos uma abordagem muito mais focada nas nossas composições. Eu acho que que nós estariamos fazendo um desserviço se ainda escrevêssemos sobre coisas que passávamos com 18 anos", argumenta.

Lazzara parece um pouco cansado de discutir sobre a nostalgia gerada pelas turnês do emo revival que fizeram bandas históricas como The Get Up Kids, American Football e Mineral voltarem na ativa. “Para a gente, é importante não ficar travado na nostalgia, porque é algo bem fácil de ficar preso. (…) Mas essa turnê é para celebrar como nós somos sortudos e abençoados e poder fazer isso e celebrar com as pessoas que fizeram tudo isso ser possível. Então, revisitar essas músicas após tantos anos é muito interessante. Nós ficamos mais espertos com o tempo”, diz.

O Taking Back Sunday comemorará os 20 anos de seu primeiro álbum neste domingo, dia 17/3, a partir das 17 horas no Fabrique Clube em São Paulo. Ainda dá tempo de comprar ingressos aqui.

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