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Design

Um Mega Mini-Mundo Impresso em 3D Pode Ser a Próxima Atração Turística de Nova York

'As Viagens de Gulliver' ganha uma versão em miniatura de 40.000 m² - e você pode brincar nela

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Há magia nas miniaturas.

Muitos de nós estão mais familiarizados com brinquedos tipo Hot Wheels e Legos, mas o meio vai muito além em se tratando da fabricação de objetos lúdicos. Antes da revolução CGI sequer dar as caras, Georges Méliès já usava miniaturas para criar os primitivos efeitos visuais de seu inovador Viagem à Lua. Da mesma maneira, muitas das naves espaciais e parte do cenário da série Guerra nas Estrelas eram pequenos modelos que ganhavam tamanho natural com efeitos de câmera. O mesmo aconteceu com as cidades destruídas nos filmes originais do Godzilla -- Tóquio, afinal, precisava ser pequena o bastante para que uma pessoa vestida de lagarto pudesse pisoteá-la.

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Um desses sujeitos com visão para o mundo das miniaturas é Eiran Gazit, o cérebro por trás de uma grande atração turística prestes a estrear no centro de Manhattan. Com base no romance do século XVIII, As Viagens de Gulliver, de Jonathan Swift, o Gulliver’s Gate será uma "versão em menor escala de um mundo que é tão real quanto fantástico", comunica a campanha do Kickstarter. O principal meio de construção do parque será a impressão 3D -- levando em consideração o plano de Gazit de preencher todo o local de quase 4 quilômetros quadrados, Gulliver’s Gate é o projeto de impressão 3D mais ousado de que já se teve notícias.

O parque busca dar vida a um mundo ficcional que lembra muito o nosso próprio, das profundezas do oceano à atmosfera terrestre, e irá acolher representações de monumentos mundiais simbólicos e até mesmo a Estação Espacial Internacional. O Gulliver’s Gate contará também com um altíssimo nível de interatividade, permitindo que os visitantes façam mais do que só observar os detalhados modelos. Isso inclui controle remoto e vocal de barcos, trens e outros veículos, além de, nos enigmáticos termos da campanha do Kickstarter, "câmeras embutidas". A campanha em si tem um certo nível de interatividade, como apoiadores que podem sugerir adições ao parque e serem modelados como residentes permanentes. Ela ainda vai longe de atingir seu objetivo de 20 mil dólares, mas se você optar por apoiar o projeto, esteja ciente de que é um investimento mais seguro do que a aquisição da falida Lionel Trains pelo Neil Young.

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Por e-mail, Gazit afirma que o projeto será "decisivo para a comunidade criativa", já que a equipe de produção do Gulliver’s Gate terá que inovar nos métodos de modelagem e produção para fazer funcionar esse gigantesco empreendimento. Gazit sugere que haverá inclusive nova tecnologia criada especialmente para este projeto, o que nos faz lembrar da invenção do Scan-O-Rama de Fred Kahl enquanto modelava e imprimia em 3D o antigo Luna Park de Coney Island.

Como alguém dá cabo a um plano como Gulliver’s Gate? Gazit alega ter se inspirado no Miniatur Wunderland em Hamburgo, na Alemanha, a maior ferrovia em miniatura do mundo, que atraiu um total de 1,2 milhões de visitantes no ano passado. É um fato que parques em miniatura não são novidade alguma -- não muito longe da minha infância em Nova Jersey estava o Northlandz, uma construção de cerca de 5 quilômetros quadrados que abrigava uma instalação ferroviária modelo com 12 quilômetros de trilhos em miniatura -- mas nada disso diminui seu forte impacto visual.

Provavelmente como uma versão carnavalesca do clássico, a obsessão do fundador do Northlandz, Bruce Williams Zaccagnino, também sugere uma indulgente experiência cuja duração faz valer o aviso online: "'crianças’ devem usar o banheiro antes de começar".

O próprio Gazit é bem versado na arte de criar estes estranhos mini-mundos. Seu trabalho mais notável é o Mini Israel, um parque de cerca de 60.000 metros quadrados em Jerusalém, que ele supervisionou do início ao fim. Depois que sua construção foi pausada durante a Primeira Intifada de Israel, impulsionado por uma evidente paixão por coisas muito pequenas, Gazit “deu consultoria a muitos parques pelo mundo afora”, como o Madurodam, a miniatura francesa de Paris, e ao futuro América em Miniatura, em Phoenix, Arizona.

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No seu vídeo do Kickstarter, Michael Langer, o Vice Presidente de Desenvolvimento, chama o Gulliver’s Gate de "uma carta de amor ao mundo, é uma carta de amor aos turistas vindos de todo o país. Esta é a nossa carta de resposta". Em comparação com a feroz crítica ao governo e a propensão humana à corrupção do livro de Jonathan Swift, o conceito de Gazit para o Gulliver’s Gate chega a ser honesto e inocente. O que parece ficar na memória coletiva é a fantástica ideia de homens de tamanho natural passeando por um mundo em miniatura -- que é, de fato, no que Gazit e cia estão apostando.

Saiba mais sobre o Gulliver's Gate no Kickstarter.

Tradução: Mariana Rezende