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Viagens

10 razões para meter LSD no Japão

Decidi pegar em mim e conhecer o país do sol nascente.

Decidi pegar em mim e conhecer o país do sol nascente. Cheguei, comprei uma bicicleta e os meus próximos três meses serão passados a comer arroz.

Se vim sozinho? Claro que não. Trouxe comigo uns papelinhos de LSD, e a cada dia que passa mais me convenço de que foi uma óptima ideia. Aqui estão 10 razões para fazeres o mesmo que eu, para a tua trip ser ainda mais trippy, e para te sentires tão super guerreiro como o Songoku.

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1. É estupidamente fácil.

Quem nunca levou drogas num avião ponha o dedo no ar. Agora ponha o dedo na consciência e arrependa-se: não há nada mais simples do que meter umas (poucas) gramas do que quer que seja na mala.

No meu caso, na carteira, ao pé dos cartões e documentos que nunca ninguém revista. Acho que a Jackie Brown podia aprender umas coisas comigo.

2. É mais seguro do que uma punheta com preservativo.

Estão a ver aquela conversa, tipo "o LSD tem que ser posto em ambientes indicados"? Poucas teorias são mais verdadeiras do que esta. Uma vez meti um ácido em casa do meu pai, à frente da sua nova namorada e tive uma bad trip que meteu medo ao susto.

Mas aqui não há problema. A malta é super pacífica e a natureza é generosa. Um verdadeiro convite à alucinação.

Natureza "viva", fotografia cedida pelo autor.

3. It's so cute!

Pato Donald, Mickey Mouse, Alice no País das Maravilhas. O LSD tem aquela coisa mágica que nos leva à infância. E o Japão é o país do mini e do cute, tudo é minorca e enternecedor como um miúdo na pré-primária a tentar fazer um charro.

As pessoas falam com voz fininha, como se tivessem cortado os tomates ao namorado da Hello Kity, e são super inocentes e ingénuos.

Sabem aquela sensação de estar todo estragado à frente dos vossos avós, mas eles não percebem e isso ser espectacular? Pois bem, pode dizer-se que quase ninguém no Japão sabe o que é o ácido, e que perante a sua ingenuidade tive das melhores broas da minha vida.

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As palavras sobram, fotografia cedida pelo autor.

4. A Natureza.

Costumo dizer que drogas + natureza = diversão. E este cu do mundo é lindo de morrer, tanto no mar como nas montanhas. Haviam de ver o que eu vi: as folhas tropicais das árvores a dançar, as borboletas feitas de amarelo psicadélico, aquele nevoeiro místico, quedas de água lindas.

Drogarmo-nos é perfeitamente natural, e o que é natural faz bem à saúde.

Um dos templos que o autor "visitou", fotografia cedida pelo autor.

5. Podes sempre fugir.

Das poucas vezes que comecei a ter uma bad trip por causa do medo aos ursos pardos ou aos tsunamis, fiz o que se aconselha, ou seja, fugi a sete pés. Ou melhor, a sete pedaladas. É que aqui viajei de bicicleta, tal como Alfred Hoffman. Dar aos pedais com uma bela moca nos cornos é mesmo do melhor que há, além de que as estradas são seguras e não têm um único buraco. Ao contrário da minha cabeça.

6. Luzes e mais luzes.

Tóquio é a maior cidade do mundo. Tem leds por todo o lado, publicidade surreal, ecrãs gigantes no meio da rua, tudo com cores vivas a disputar a atenção dos 29 milhões de formiguinhas que aqui trabalham como loucas.

Conseguem imaginar o que me diverti a ver tais luzes a saltitar, enquanto navegava na lua como aquela navegante que me provocou as minhas primeiras erecções? E o que curti nos supermercados, por entre milhões de produtos brilhantes, mas que não faço ideia do que são?

7. As tradições.

Gosto muito do campo. Gosto muito das aldeias. E esse gostar transformou-se em amor a cada vez que via os desfiles tradicionais, cheios de máscaras e desenhos de dragões que ganhavam vida nas minhas pupilas dilatadas. Além disso, meti-me nos templos budistas com um estalo monumental, fiz yoga e meditação, toquei sininhos, cheirei incensos, e acho que já sei o que é que quer dizer aquela treta da paz de espírito.

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Fotografia cedida pelo autor.

8. As festas psicadélicas.

Mas não se enganem: no Japão também há disto. Ouvi excelente transe no meio daquela malta. Ainda por cima foi incrível ver todos aqueles olhos em bico e maneirismos orientais. Aliás, olhos ainda mais em bico, devido aos charros que giravam entre si, enquanto abanavam os seus esqueletos magros. E se Zion não é isto, então vou passar directamente à heroína.

9. Não há nada para fazer.

É precisamente para fazer o tempo passar que as pessoas se drogam. Se estás triste vais querer que o tempo voe, e muito mentiroso seria eu se não admitisse que neste cu do mundo passei alguns intervalos de tempos de merda.

Quase ninguém fala Inglês e eu estou queimado demais para aprender japonês. Houve dias em que não parou de chover, pelo que me senti deprimido e por vezes senti a falta de um abraço. Por isso, nada como a droga, esse amigo tão fiel, para que tudo de repente fique bem.

O autor e uns locais, fotografia cedida pelo autor.

10. The surreality show

As retretes do Japão têm 10 botões para limpar e secar o cu, bem como uma música para os mais reticentes. Numa sex shop, vi à venda uma boneca insuflável pouco maior que uma pila (tipoBarbie), uma espécie de luva com mamas cujo nome era "Libidoll". Genial.

Há bares onde se vende sangue de cobra para aumentar a potência sexual e há máquinas automáticas para tudo, leite e ovos incluídos.

Segue o meu conselho: vem para o país mais marciano da terra e mete um (desculpa, vários) ácidos. Porque o freak show precisa sempre de mais um freak.