FYI.

This story is over 5 years old.

cenas

A cerveja sem álcool é a melhor

Um passo para te tornares numa pessoa melhor.

Não bebo álcool há um ano. Não sei se posso recomendar a sobriedade a toda a gente, mas tenho a certeza de que negar a ebriedade só me trouxe coisas boas. Deixei de culpar as outras pessoas pelos meus problemas. Consigo terminar uma grande percentagem das actividades que começo. Se não gosto de algo, geralmente não o faço. Vou para a cama cedo. Leio livros. Ok, a minha vida é menos “divertida”. E não há problema nenhum nisso. Diversão é pessoas a gritarem parvoíces umas às outras. Diversão é fingir que a morte é uma miragem e que não há consequências para qualquer acção que a raça humana faça. A diversão é uma mentira. A diversão é sobrevalorizada. Diversão é ver um puto de 14 anos a passear, à luz do dia, com um pijama do Super Mario e com uma tiara da Barbie. Diversão é acordar de manhã coberto em maquilhagem de palhaço, a tentar perceber quem és e o que é que aconteceu. Por que razão deixei de beber? Tive os meus motivos. Esses motivos incluiam fazer coisas horríveis a pessoas simpáticas, estar no banco de trás de um carro da polícia e ver parentes a tentarem safar-me de sarilhos. Atenção: não quero ser melodramático com isto. O meu maior motivo para deixar de beber foi querer aniquilar a versão ébria de mim próprio. Deixei-a crescer demais e deixei que essa versão tomasse decisões por mim. Porque sou um medricas e ela compensava-me com auto-satisfação. Sim, sou teimoso e gosto sempre de ter a última palavra em tudo. Então, tenho andado “seco”. Mas sempre a aprender coisas. Tipo, sabes o que é altamente? Cerveja sem álcool. Que invenção genial! Podes bebê-la, voltar a beber, voltar a repetir, e não sentes NADA! Em vez de estares todo bêbedo, só precisas de fazer mais xixi do que o habitual, depois bocejas e percebes que tudo o que o álcool costuma fazer por ti é estares sentado durante quatro horas, a falar sobre nada, com pessoas de quem nem sabes se gostas (e uma delas és tu mesmo). A sério, do meu ponto de vista, esta é a receita para a noite perfeita. Imagina este cenário: encontras-te com malta, bebes algo que significa “cerveja” apenas para relaxares e seres social. Travas uma conversa durante uma ou duas horas, sem dizeres nada de particularmente mau, interessante ou divertido e, quando tiveres o rabo a doer e perceberes que já socializaste o que chegue, vais para casa, lês um livro na cama até adormeceres, perto das 23 horas. Tudo isto é mais um passo para a doce libertação que é a morte, o momentâneo alívio de não teres lixado nada a ninguém hoje. Repete para sempre: “Não é mau. Não é meeesmo mau.” A minha cerveja favorita do momento é a Clausthaler. Sabe a refrigerante com aroma de areia. Gosto tanto disso. Acho que conseguiria beber quatro só numa semana. Se bebesse mais do que isso, ficaria com dor de cabeça. Qual experiência sensorial, não há nada melhor no mundo do que abrir uma Clausthaler bem fresquinha, dar-lhe um grande primeiro golo e perceber que este é o preço que estás a pagar para ser um humano à séria. Recomendo isto a toda a gente. Recomendo-o a mim próprio. E isso basta. Provavelmente, também recomendaria a toda a gente que está viciada em álcool e nem o sabe. Não queiram saber o que isso é. É horrível