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Hector Babenco, o mais brasileiro dos argentinos, morre em São Paulo

Aos 70 anos, o cineasta sofreu uma parada cardíaca.

Foto: Caio do Valle/Divulgação

Hector Babenco era o maior argentino do cinema brasileiro e um atento observador do nosso cotidiano. Era passional e dramático como na cena do rio de sangue de Carandiru ou na morte de Luis Molina, personagem de William Hurt em O Beijo da Mulher-Aranha, no banco de trás de um Passat. Ele estava no olhar inocente de Pixote (Fernando Ramos da Silva) depois de sapecar um monte de tiros no gringo, estava no beijo apaixonado de Sem Chance (Gero Camilo) e Lady Di (Rodrigo Santoro). Ele estava na entrevista que Lúcio Flávio, personagem de Reginaldo Faria, faz ao assumir seus crimes e seus roubos a bancos. "Olha meus amigos, eu sou bandido sim. Eu roubo dinheiro de banco que é dinheiro que não tem dono." O cineasta morreu na noite desta quarta-feira (13), por volta das 23h no Hospital Sírio Libanês. O motivo: uma parada cardíaca. Natural de Mar del Plata, praticava o ofício do pai, a alfaiataria, até os 17 anos quando se mudou para a Europa pra fugir do serviço militar. Desembarcou no Brasil em 1969, aos 23 anos. Sua primeira pedra cinematográfica foi o Rei da Noite, de 1975, protagonizado por Paulo José e Marília Pêra. Sua obra mais recente foi Meu Amigo Hindu, com William Defoe e uma história semelhante a sua história. Assim como o personagem principal, Babenco enfrentou, e venceu, um câncer linfático na década de 1990 com um transplante de medula óssea.

Babenco deixa duas filhas, Janka e Myra, dois netos e a esposa, a atriz Bárbara Paz. O velório será na Cinemateca, em São Paulo, nesta quarta-feira até às 15h.