Estudo mostra que dá pra sacar um maconheiro só pela sua forma de andar

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Drogas

Estudo mostra que dá pra sacar um maconheiro só pela sua forma de andar

Com amostragem pequena e um tanto quanto questionável, pesquisadores australianos atestam que o uso de cannabis pode alterar nosso jeito de caminhar.

Um grupo de cientistas australianos publicou, há algumas semanas, um curioso estudo que relaciona o uso de maconha a alterações na forma como caminhamos. Embora seja uma espécie de piloto e com amostragem pequena, a pesquisa atestou que, sim, maconheiros podem andar de modo diferente dos demais. E são dois os quesitos-chave: joelhos e ombros.

A metodologia consistiu em separar 44 jovens entre 17 e 33 anos em dois grupos. De um lado, quem nunca havia fumado; do outro, quem havia fumado maconha pelo menos cinco vezes (falamos mais disso abaixo) e sem histórico de consumo de outras drogas. Eles completaram testes de marcha e balanço em um sistema de captura de movimento que também mediam suas forças. Depois, passaram por exame neurológico enquanto andavam.

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O que os pesquisadores concluíram foi que os fumantes de maconha exibiram mais rapidez no movimento dos joelhos do que os não usuários. Outra alteração foi nos ombros: quem estava no grupo de uso da maconha possuía menor movimentação na área. Em resumo: quem fumara a erva, notaram os cientistas, mexeu mais os joelhos e menos os ombros.

As alterações observadas são bastante sutis e não haviam sido detectadas anteriormente por especialistas em distúrbios motores. A movimentação dos usuários não apresentou mudanças significativas no equilíbrio, nem na velocidade total da caminhada. E conforme aponta o estudo publicado no periódico "Drug and Alcohol Dependence", "não há uma magnitude clinicamente detectável".

Segundo um dos autores da pesquisa, Verity Pearson-Dennett, da University of South Australia, este é apenas um estudo primário e há várias questões ainda não respondidas. O pesquisador reconhece que, além de lidar com amostra pequena, os participantes eram, em muitos casos, usuários moderados da droga. Existe a possibilidade de quem possui maior dependência apresentar mudanças mais expressivas, afirmou em entrevista ao Psypost

O próximo passo, diz Pearson-Dennett, é averiguar quais são os efeitos em pessoas mais velhas e se existe relação direta entre a quantidade de maconha consumida ou a concentração de THC/CBD na alteração nos movimentos. Ele afirma que não estão bem entendidos os mecanismos psicológicos que provocam mudanças na nossa movimentação.

Para ele, é importante entender os efeitos que a cannabis provoca a longo prazo, "especialmente pela crescente tolerância com a maconha e o movimento de descriminalização em diversos países".

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