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Outros

Mascotes Olímpicas: Uma História Oral

Depoimentos reais sobre a experiência de ser um mascote olímpico.

“Meu nome é Wenloc, sou o mascote da Olimpíada de Londres 2012. Adoro aprender sobre todos os esportes, me divertir e fazer amigos.”

“Meu nome é Mandeville, sou o mascote dos Jogos Paraolimpícos de Londres 2012. Adoro experimentar coisas novas e me desafiar a ser o melhor que puder.”

- Site das Olimpíadas de Londres 2012

Waldi, o dachshund (1972): É, eu fui o mascote de Munique. Os primeiros jogos alemães desde do Holocausto. [Dá uma longa tragada no cigarro] Então, você sabe… Aquilo deu muito certo.

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Misha, o urso (1980): Eles me fizeram posar como todas as malditas modalidades esportivas. Lutando esgrima, correndo, sentado numa porra duma cadeira de rodas segurando uma lança. Depois de um tempo, comecei a ter ataques de pânico. Não conseguia mais sair do meu trailer.

Sam, a águia (1984): Eu estava pilhado. Quando acabou, fiquei: e agora, gente? E eles só riam. E eu pensando: o quê? Quando são as próximas Olimpíadas? Qual é o plano de jogo aqui, sabe?

Beibi, o peixe (2008): Com a minha conta na Etsy e a pensão do governo, consigo me virar. Mas é difícil. Não tenho nenhum dinheiro guardado.

Magique, o diabrete das neves (1992): Eu tinha algum trabalho sazonal na Feira do Condado de Poughkeepsie, na barraquinha de “faça cosquinha no monstro”. Obviamente isso já era.

Schneemann, o homem das neves (1976): Minha filha fez pra mim uma medalha de ouro de papel dourado de uma embalagem de creme de leite. Só olhei pra baixo. Não consegui nem chorar.

Nokki, a coruja das neves (1998): Não consigo chorar faz muito tempo.

Hodori, o tigre (1988): Eles não fazem um programa de doze passos pra gente como nós. [Pausa] Eu deveria usar “gente” fazendo aspas com os dedos? Nunca tive muita certeza dessas coisas.

Roni, o guaxinim (1980): Consegui um acordo num processo dum acidente de snowmobile e usei o dinheiro pra cair na boemia todas as noites. Comecei a andar com gente da pesada — a mãozinha do Hamburger Helper, o Phillie Phanatic, o Eddie do Iron Maiden. Foi uma fase negra da minha vida.

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Copper, o coiote (2002): Comecei a cheirar muito daquela merda… Como chama? Aquela coisa de cola em bastão? Head On. Essa merda.

Sam, a águia: Usei muito jenkem, um lote de Yaz. O que caía na minha mão.

Howdy, o urso polar (1988): Sais de banho. Tipo aqueles da Body Shop? Eu fumava uns 13 ou 20 quilos por dia.

Sydney, o ornitorrinco (2000): Você define as regras pra si mesmo. “OK, vou bater punheta, mas não vou fazer programas.” E no mês seguinte você já está: “OK, vou fazer programas, mas vou sempre usar proteção”.

Cooper, o coiote: Dá pra fazer uma boa grana nas paradas de caminhão, sabe. [Pausa] Dependendo do que você está disposto a fazer.

Sam, a águia: Os caras pagavam mais quando achavam que eu era um dos Muppets.

Powder, a lebre (2002): Eu encontrei o Coal, o urso. Ele estava um trapo. Falei pra ele: “Posso te colocar pra trabalhar na minha companhia de construção. Não é o trabalho mais fácil do mundo, mas se você se adaptar, posso te colocar num cargo de gerência em seis meses. Só que tem uma coisa. A gente testa os funcionários pra drogas. Sem exceções”. Ele olhou bem na minha cara — nunca vou esquecer isso — e falou: “Vá se foder, seu Jar Jar Binks de merda!”.

Paloma, a pomba (1968): Minha esposa jogou minhas coisas das Olimpíadas fora anos atrás. O  que eu vou fazer? Eu amo aquela mulher.

Izzy, a abstração (1992): Ainda recebo dos royalties do videogame que a Nintendo fez sobre mim. Você precisa de Windows 95 pra jogar, mas é um jogo bem legalzinho.

Amik, o castor (1976): Moro em Provo agora, me casei e arrumei um trabalho decente numa companhia que fabrica adesivos industriais. De vez em quando um dos vendedores me reconhece das Olimpíadas e eu mando eles darem o fora. Mas geralmente não, não penso mais naqueles dias. Eu já superei.