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Outono na capital é igual a Doclisboa

De 22 de Outubro a 1 de Novembro somos convidados a mergulhar numa programação ambiciosa, extensa e urgente.

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Caberá "o Mundo inteiro em Lisboa"? Poderá a realidade ser imaginada, percepcionada e pensada através da imagem cinematográfica? O Doclisboa acredita que sim e de quinta-feira, 22 de Outubro, a 1 de Novembro, convida-nos a mergulhar numa programação ambiciosa, extensa e urgente em que o cinema documental se abre a diversos estilos e a múltiplas formas de interpretação daquilo que são o tempo e a realidade contemporânea.

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Organizado pela Apordoc - Associação pelo Documentário, a 12ª edição daquele que é um dos festivais essenciais no roteiro dos eventos dedicados ao cinema em Portugal leva actividades a oito espaços da capital, entre as habituais secções competitivas, programação especial, festas, workshops e exposições, com todas as projecções a ocuparem salas da Culturgest, Cinema São Jorge, Cinema City Campo Pequeno, Cinema Ideal e Cinemateca Portuguesa.

Frame de "Daft Punk Unchained", de Hervé Martin-Delpierre.

É por aqui que vão passar estreias internacionais, mundiais e nacionais, por onde vão estar realizadores, produtores e protagonistas das estórias carregadas de história que vamos ver nos ecrãs. Das propostas duras e intensas da programação "'I don't throw bombs, I make films' - Terrorismo, Representação", com "Elephant" (1989), de Alan Clarke, e o seu retrato da Belfast violenta dos anos 70 e 80, a darem mote à própria Retrospectiva, à frescura dos "Verdes Anos" e o seu ollhar sobre os jovens realizadores ainda no contexto das escolas de vídeo, cinema, audiovisuais e comunicação, ou à actualidade levada ao extremo com o "Foco Grécia", no Doclisboa 2015 promete haver espaço para muita reflexão sobre passado e presente, com a esperança de que possamos todos perceber melhor o futuro.

Futuro esse que já não passa por Chantal Ackerman. Uma das realizadoras fétiche do Doc (e do cinema documental mundial by the way) desapareceu tragicamente no início deste mês, numa altura em que se preparava a estreia mundial do seu último filme "No Home Movie" (2015), que tem projecção marcada para dia 26, no Grande Auditório da Culturgest. À franco-belga, que tinha presença assegurada em Lisboa, a organização vai dedicar o Festival, ao público, Chantal deixa um último tomo…também ele sobre morte e perda.

Vida em toda a sua plenitude e pujança é o que, pelo contrário, não falta na secção Heart Beat. Uma das apostas fortes deste ano, o espaço dedicado aos documentários relacionados com música e artes performativas é absolutamente imperdível. Tudo. Desde logo pela Estreia Internacional de "Daft Punk Unchained" (2015), de Hervé Martin-Delpierre, numa sessão exclusiva para portadores de acreditação ou voucher. Pois é, não vai ser fácil entrar, mas vai valer muito a pena. Tal como vai valer a pena ver as Estreias Mundiais de "Porque não sou o Giacometti do Século XXI", de Tiago Pereira, e "Phil Mendrix", de Paulo Abreu, sobre um dos guitarristas portugueses mais geniais de sempre e, claro, sobre o rock n' roll lusitano das últimas quatro décadas, ou ainda espreitar por dentro a insanidade de Frank Zappa em "Phase II The Big Note", de Frank Scheffer.

Frame de "Porque não sou o Giacometti do Século XXI", de Tiago Pereira.

Isto sem falar das obrigatórias Competições Internacional e Nacional, da Retrospectiva dedicada ao sérvio Želimir Žilnik, das festas no novíssimo (a estrear aliás) Maxime sur Mer, novo espaço de deboche festivo/criativo de Manuel João Vieira, do Doc Escolas, do Laboratório de Realização, ou da Exposição "Suite Rivolta - o feminismo de Carla Lonzi e a arte da revolta", já patente no Museu da Electricidade.

233 filmes repartidos por 11 Secções. Queres ver tudo? Vais ter de suar. Nós damos uma ajuda e a partir de dia 22 publicaremos as nossas sugestões e destaques do dia para tirares o melhor partido possível de um Festival com muita vida e que te põe a par do Mundo…ou pelo menos do Mundo visto através de um certo tipo de cinema.