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Cinco Gatsbys da vida real

Talvez estes não sejam tão Grandes assim.

O trailer para a adaptação cinematográfica, pela mão de Baz Luhrmann, do clássico literário The Great Gatsby está em todos os cantos da internet por estes dias, provocando uma enxurrada de re-tweets da Victoria Coren sobre a "fantástica evocação da realidade oca da fama" que o filme representa, por um lado, e comentários irritados de beliebers que foram obrigados a ler o livro na escola pelo parvalhão do professor de inglês, por outro. Para aqueles de vocês que nunca leram o livro (e também para todos os que fingem ter lido numa de impressionar miúdas), deixem que alguém que realmente já leu o O Grande Gatsby (coisa que não impressionou miúda nenhuma) vos diga sobre o que fala. É basicamente isto: um homem descobre que mo' money, mo' problems. A primeira coisa que reparei quando vi o trailer foi na estética escolhida pelo Luhrmann. O visual, a música, a roupa. É tudo demasiado MTV ano 2012, parece um vídeo do Usher. Será que isto teria funcionado melhor como reality show do que como blockbuster de grande orçamento? Não haverá pessoal com vidas tão semelhantes à do Gatsby que tudo chega a parecer uma paródia de gosto duvidoso? Aqui ficam cinco Gatsbys da vida real, gente que facilmente poderia ter entrado na adaptação do livro ao grande ecrã. Como bónus, acrescentei uma pessoa real para cada uma das personagens secundárias. Se nunca leram o livro ou se leram mas, como eu, não se recordam de grande parte do que acontece, não se preocupem: acrescentei, roubando à Wikipedia, umas descrições do elenco pouco precisas. CINCO GATSBYS DA VIDA REAL Um forte concorrente para o lugar do nosso anti-herói. Curte usar umas roupas de jazz, faz altas festas, os hipsters adoram-no e, mais importante ainda, é um homem que nunca parece contente com o muito que tem. A única desvantagem é que, e a julgar por esta foto, o Kanye também precisa de uma colecção de sapatos mais apropriada à época do livro se quer mesmo ter alguma hipótese de entrar no filme. Um dos aspectos principais do livro é o mistério que envolve a vida do Jay Gatsby. Ninguém sabe onde é que ele fez fortuna ou como é que se tornou tão poderoso. Passa-se o mesmo com o homem da foto. A sério, alguém sabe o que é que este gajo fez antes dos 40? Há algumas pistas, mas o seu passado parece ter sido apagado por uma cabala Illuminati. Não é propriamente um magnata, mas tem algumas qualidades Fitzgeraldianas: curte festas, mas não se parece divertir grande coisa, como toda a gente que já ouviu o Take Care até ao fim sabe e, mais uma vez, a questão do passado desconhecido. Como é que um actor-criança canadiano acaba a fazer um dueto com o French Montana? Talvez nunca se venha a saber, da mesma maneira que nunca conheceremos verdadeiramente o Gatsby. Como é evidente. O eterno solteiro, o playa perene, o sedutor para a vida toda. Conhecem outro tipo tão adorado por tanta gente que seja tão triste? A vida deste gajo é um desfile infinito de after parties e mulheres-brinquedo. Nem a Lisa Snowden lhe conseguiu roubar o coração. Só consigo imaginar o Clooney numa festa pós-Óscares da Vanity Fair a namorar uma garrafa de vinho à distância enquanto o Robin Williams lhe implora para vir dançar. Será ele o ricaço mais miserável à face da Terra? Hmm, este talvez não. A DAISY FAY DA VIDA REAL Estão a ver como ela fica bem vestida à flapper? Eu acho que ela seria a escolha ideal. A Daisy é a femme fatale do romance, a mulher por quem a personagem principal se apaixona. A única cena que me deixa de pé atrás é o facto do livro a descrever como uma pessoa simpática, o que sem dúvida obrigaria a Kim a esforçar-se muito como actriz que não é. Mas, por outro lado, o livro também diz que a Daisy é a) uma pessoa um pouco insípida (a tarefa aqui estaria mais facilitada) e b) uma gaja mesmo boa (feito!). O TOM BUCHANAN DA VIDA REAL O Tom é a personagem mais odiosa do livro, uma pessoa descrita pelo narrador como um traidor e um tipo bruto que acaba por roubar a Daisy ao mais refinado Gatsby, nada que o impeça de fornicar com miúdas que trabalham em garagens. Ah, também parece ser meio supremacista branco. O MEYER WOLFSHEIM DA VIDA REAL O Wolfsheim é o sócio dúbio da personagem principal, um jogador compulsivo e possivelmente um gangster que comprou o campeonato de beisebol de 1919. Quem é que, hoje em dia, pode enfiar os pés nesses sapatos? Só mesmo este velhadas.