Retratos da Paradoxal República da Chechênia

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Retratos da Paradoxal República da Chechênia

A Chechênia de Ramzan Kadyrov, o primeiro ministro do país apontado por Vladimir Putin.

Um cozinheiro de kebab em frente ao restaurante onde trabalha, nos arredores de Grozny, que foi decorado com um pôster do filme Shrek.

Fotos por Olga Kravets, da nossa colaboração com a Magnum Photos e a Magnum Foundation.

Em 2009, Ramzan Kadyrov anunciou orgulhosamente que "a paz tinha chegado à Chechênia". A ascensão ao poder do líder da República começou em maio de 2004, ano em que Vladimir Putin o apontou como vice-primeiro-ministro da Chechênia depois da morte do pai de Kadyrov. Aos 30 anos, ele recebeu carta branca para comandar o país – desde que mantivesse os rebeldes sob controle.

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Oficialmente, a Chechênia, como resultado de duas guerras, continua parte da Rússia, mas a constituição russa é aplicada seletivamente por aqui. O governo tortura jovens que mostrem qualquer sinal de dissidência. Casas das famílias de rebeldes são queimadas por ordem direta do presidente, enquanto ativistas pelos direitos humanos enfrentam grupos violentos que incendeiam seus escritórios e os espancam. Álcool só é vendido em hotéis cinco estrelas para estrangeiros; além disso, Kadyrov conseguiu convocar 60% da população da República para um comício chamado de "Amor para o Profeta Muhamed".

Uma vez, quando perguntaram como ele conseguia o dinheiro para manter seu estilo de vida nababesco e os arranha-céus construídos pelos turcos, Kadyrov respondeu: "De Alá".

Estudantes da Universidade Islâmica Russa, em Grozny (homens na frente, mulheres atrás), ouvem uma aula de um mulá convidado da Jordânia.

Um coro de meninas canta uma música dedicada a Akhmad Kadyrov, o pai do atual líder checheno, Ramzan Kadyrov. Ramzan declarou 10 de maio O Dia da Lembrança na Chechênia em homenagem à deportação e à morte do pai. Ele não pôde fazer isso no dia 9 de maio, quando seu pai foi realmente morto, porque a Rússia comemora o Dia da Vitória, marcando o fim da Segunda Guerra Mundial.

O líder checheno Ramzan Kadykrov cumprimenta a viúva de um policial morto. O policial morreu num enfrentamento com os rebeldes no desfile de 65 anos da vitória soviética na Segunda Guerra Mundial, que aconteceu no centro de Grozny.

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Outdoors eleitorais de Vladimir Putin em frente à infame base militar Knakala, que hoje é a principal instalação das forças russas, 2012.

Jovens chechenos num estande de tiro recém-aberto no shopping de Grozny, 2010.

Aset Borchashvili, 43 anos, posa no lugar do jardim onde seu filho foi preso pelas forças de segurança. Diferentemente de muitas outras mães, ela sabe o paradeiro dele. Seu filho, Yusup Ektumayev, é acusado de participar de um ataque terrorista e aguarda julgamento num centro de detenção. Aset diz que ele foi forçado a confessar sob tortura, 2013.

Mairbeck Yunusov, curandeiro e exorcista do Centro de Medicina Islâmica, em Grozny, patrocinado pelo governo. Assessor do barão da guerra Shamil Baseyev nos tempos de guerra, ele trocou de lado quando se desiludiu com a ideologia rebelde, 2013.

A arma de um rebelde checheno em exposição no Museu do Ministério do Interior da Chechênia, 2013.

Homens do secto sufi Chapéus Brancos num Dhikr, uma cerimônia religiosa de louvor a Alá em funerais.

Tradução: Marina Schnoor