The Power WithinElectric Generation Recordings3/10Os Dragonforce, para quem não os conhece (esses infelizes), são uma banda de power metal que tem como objectivo quebrar todos os limites de velocidade sem olhar a meios. É frequente ouvir um adolescente mais entusiasmado dizer que o Herman Li (guitarrista supersónico e asiático—claro) é o melhor do mundo. Nas suas letras, falam de atravessar montanhas, degolar bestas fantásticas e voar nas asas de grifos— inspiradas em bojardas de horas valentes a jogar World of Warcraft, decerto.É sobejamente conhecido o método Dragonforce para construir canções: abrir um qualquer livro dasAventuras Fantásticasnuma página aleatória, apontar para uma página de olhos fechados e adaptar o parágrafo indicado pelo dedo para uma canção de quatro minutos e meio. Para terem ideia do quão cliché estes tipos são, uma simples contagem de palavras-chave presentes ao longo deThe Power Withinremete-nos para nove usos da palavra “steel”, catorze (!) de “fire”, e quinze de “pain” (!!). Estamos a falar de dez canções, e excluímos repetições nos refrões. O último disco da banda,The Power Within, segue a mesma linhagem de nomes felizes comoUltra Beatdown, Inhuman RampageouSonic Firestorm. Ou o nome nos faz sentir como o Thor no topo da montanha a receber relâmpagos no martelo, ou nada feito. Conta com malhas que são descritas pela própria banda como sendo as mais rápidas e intensas que já fizeram. Intensidade é palavra de ordem, assim como “epilepsia” e “azeiteiro“. Ainda têm umas quantas com uns inícios mais suaves, para tentar passar a mensagem de que estes gajos até estão mais atinados. Isso é logo desmentido pela velocidade warp dos riffs/solos/tudo. Chegar ao fim do disco com fôlego é uma tarefa dura e só ao alcance dos mais audazes. De positivo só a comédia não-intencional, e imaginar o Mel Gibson de cara pintada a cavalgar ao som deThe Power Within.
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