Segundo Carlos Issa, a capa de Objeto Preto "é como um recorte da atmosfera onde o EP foi feito".
Desde a Revolução Industrial a relação do ser humano com as máquinas é assunto tratado constantemente na arte. Desde Charles Chaplin em Tempos Modernos à St. Vincent com sua "Digital Witness", diversos aspectos dessa complicada interação já foram retratados em músicas, filmes e livros — mas talvez nenhum tenha sido feito por um ângulo tão sombrio e metalinguístico quanto no novo EP do duo Objeto Preto.A ideia do EP surgiu quando Carlos Issa (do Objeto Amarelo) e o produtor Ricardo Pereira se encontraram no lançamento do mais recente trabalho de Ricardo. "Do nada eu lancei o nome 'Objeto Preto' e ele [Carlos] riu. Aí, quando resolvemos nos encontrar e mostrar coisas que tinhamos cada um em seus equipamentos, o OP tomou forma", ele conta.Os equipamentos são, de fato, peça-chave na concepção de Objeto Preto. Segundo Carlos, boa parte do trabalho surgiu no fato de que a manipulação dos mesmos pode ser um obstáculo a ser enfrentado na criação de música. "Ou as máquinas se impõe ou a gente consegue definir o que vai ser. nunca rola uma liberdade muito ampla quando o projeto é mais tecnológico, mais eletrônico", explica. "A gente precisa subverter essa programação quase alienígena pra desenvolver uma linguagem própria."O trajeto do EP segue esse confronto entre indivíduo e máquina: o clima se dá de modo mais sintético ou humano conforme Ricardo e Carlos manipulam o som que criaram quase inteiramente, com a exceção de alguns samples de jazz. É o retrato, como dito na faixa "Não Vai Fugir De Você Mesmo", do ser que "fugiu da selva e encontrou a selva de pedra".Escute o EP, que sai pela Propósito Records:Siga o THUMP nas redes Facebook // Soundcloud // Twitter.
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