Daniel Furlan é o sex symbol que merecemos

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Entrevista

Daniel Furlan é o sex symbol que merecemos

O galã millennial abriu as portas de casa e do coração para a VICE.

Muita gente ama um homem e o nome dele é Daniel Furlan. Não só por ser comediante, roteirista ou ator, mas, agora, galã. Além das incalculáveis menções apaixonadas no Twitter, a página no Facebook "Daniel Furlan é lindo e não precisa de cirurgia plástica", frase inspirada numa fala dele mesmo, crava o que muitas pessoas pensam: ele é o sex symbol que merecemos.

Filho de astróloga, Furlan é ariano com lua em Capricórnio e ascendente controverso. De acordo com a certidão de nascimento, seu ascendente seria Sagitário, mas a mãe, que por complicações no parto não estava acordada na hora do nascimento, afirma com total convicção que o ascendente é Escorpião. Ninguém aqui vai contrariar a mãe do Furlan, beleza?

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Todo esse sucesso caminha junto com a TV Quase, produtora de conteúdo humorístico responsável por programas como Choque de Cultura e Falha de Cobertura, nos quais ele encara os personagens Renan e Craque Daniel, respectivamente.

O novo galã da rapeize tem 38 anos e já encarou diversos empregos antes de chegar ao humor. Foi tradutor de jogo de RPG, atendente de bar no estádio do Tottenham, em Londres, DJ de colação de grau, professor de inglês e vendedor de janela, além das já conhecidas profissões como vocalista, guitarrista, diretor, redator, apresentador e cartunista. O curioso é que, quando a equipe da TV Quase, lá em Vitória, Espírito Santo, trouxe a tona a possibilidade de trabalhar com vídeo, Daniel foi relutante pois queria continuar com a revista impressa e acreditava cegamente no futuro dos quadrinhos.

Ele se mudou para São Paulo em 2013, pouco depois dos cinco anos morando e estudando na Inglaterra. Seu currículo Lattes circula pela internet como um meme, talvez por conta do mestrado em Artes Midiáticas pela University of Greenwich de Londres, cujo título é Riso Culpado, e que disserta sobre o humor politicamente correto. Ali, seu sobrenome aparece com a grafia Furlani, o que levou muita gente a pensar que não era dele. O correto é Furlan, que foi alterado para a retirada do passaporte italiano, então, sim, o Lattes é dele.

“Conversar sobre humor é muito chato. Não tem nada mais sem graça do que falar sobre humor", diz. Por isso, a VICE preparou uma entrevista digna de um galã millennial. Ele abriu as portas da sua casa pra gente e agora você pode conhecer melhor o cara que interpreta o pai do Renanzinho, o moleque que toma água sanitária e come estrogonofe com pedaço de celular.

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VICE: Você lê os comentários nas redes sociais? Está ciente desse título de galã?
Daniel Furlan: Eu não leio muito, acho que, da TV Quase, sou um dos que menos lê. Tem uns muito engraçados. Facebook eu não leio quase nenhum, Twitter eu leio raríssimamente, e Instagram eu leio dependendo da foto que eu postei. Achei legal esse lance de galã, porque eu acho bizarro isso.

Os comentários que você leu te envaidecem de alguma maneira?
Acho engraçado porque obviamente é uma ironia, porque virou uma grandeza pra dizer que você acha bonita uma pessoa que não é bonita. Ficou uma hipérbole. Do tipo “ah, Daniel Furlan é mais bonito do que o Rodrigo Hilbert”. Obviamente a pessoa está usando uma hipérbole.

"Quando você é adolescente, principalmente homem, você acha que fazer coisas muito nojentas impressiona as pessoas"

Como foi a sua infância e adolescência em relação a autoestima?
Eu não gostava do meu dente, nem na infância e nem na adolescência, não que eu goste agora, mas agora não me importo, e não gostava de usar óculos também, mas agora não me importo.

Tocar um instrumento musical era uma tática de sedução?
A arma de sedução musical não funcionou. Eu tocava bateria, aí mudei pra apartamento e tive que mudar de instrumento. Eu gostava mais de bateria porque ficava atrás, ao mesmo tempo que você está numa banda, você não precisa ficar na frente.

E sobre sua atual aceitação?
Minha aceitação é uma desesperança já, entreguei os pontos. Não tem nada mais que eu possa fazer. Quando você é adolescente, acha que vai acontecer alguma coisa, você vai fazer um exercício ou uma alimentação e vai mudar.

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Pratica exercícios? Possui alguma rotina de beleza?
Eu pretendo. Eu lavo a cabeça. Não usei aparelho. Eu tinha um aparelho móvel, e quando eu saía de casa eu fingia que usava. Colocava no estojo da escola. Eu usava só para, por exemplo, quando eu estava com um copo de Coca-cola, isso na sexta série, eu deixava o aparelho cair dentro do copo… Quando você é adolescente, principalmente homem, você acha que fazer coisas muito nojentas impressiona as pessoas. Mas na verdade as pessoas ficam com nojo. Então é isso, foi a falta de cuidado total com a arcada dentária, daí ficou desse jeito. Só isso. Fora da higiene normal é isso, e não uso condicionador porque meu cabelo é oleoso.

"Minha arma de sedução é a indiferença total"

Como foi seu primeiro beijo?
Eu nunca fui, como é que vou dizer, não sou pegador e não era pegador na adolescência. Meu primeiro beijo foi tarde, acho que eu tinha 16 anos, e a galera já estava se pegando desde os 13. Mas é que eu não tenho muitas armas de sedução, minha arma de sedução é a indiferença total, é só isso. Às vezes funciona com algumas pessoas, só que não funcionou durante alguns anos, aí eu fiquei esperando até os 16. Demorou três anos pra funcionar.

E você está namorando?
Essa pergunta combina mais com uma entrevista com o Chay Suede.

"Uma vez um cara colocou a língua no meu ouvido quando fomos tirar uma foto"

Existe assédio dos fãs?
De tentar agarrar? Não acontece. Mas uma vez um cara colocou a língua no meu ouvido quando fomos tirar uma foto. Foi a pior coisa que aconteceu. Mas assédio de parar para tirar foto, sim. Mas comigo acho que menos do que com o resto do pessoal. Porque a coisa que a gente faz de mais conhecida é o Choque. E a maioria das pessoas que [me] param é por causa do Choque. Apesar de ter outros motivos. E eu sou muito caracterizado. Então é diferente. Se a pessoa conhecer só o Choque, dificilmente me reconhece.

Era um sonho trabalhar na MTV?
Não era um sonho, mas era o canal que eu mais me identificava. Toda vez que eu pensava que seria legal ir para a TV, eu pensava na MTV como uma primeira opção. Muito longe das outras opções. Não era meu sonho porque não tinha esse projeto de fazer TV como projeto de vida. Cinema menos ainda.

A fita do Bruno de Luca, procurada incessantemente pelo Último Programa do Mundo na antiga MTV, era real?
Não era piada, era sério. Não se achou a fita. Realmente existe essa lenda. Fiquei tentando achar e não só eu não consegui achar, como as pessoas me davam desinformação. Algumas pessoas falavam “ele fez realmente”, outras “não, ele não fez, nunca veio aqui”. Davam uma informação errada de propósito, era muito estranho. Ele mesmo falou, o De Luca falou. Eu não sei se ele tuitou ou retuitou alguma coisa sobre isso em uma entrevista. Ele falou: “Pô, deve ter ficado muito ruim o teste, ainda bem que tu assumiu”. Ele falou brincando, mas realmente confirmando que fez. E a gente realmente procurou e não achou.

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