O Mosh Acontece, Pare de Reclamar

A banda de ska/funk/punk Fishbone apareceu em várias matérias na semana passada por causa de uma mulher que entrou com um processo contra eles pedindo U$ 1,4 milhão de indenização devido aos danos que sofreu por causa de um mosh que rolou num show deles.

O que é mais incrível da história não é nem o fato que o Fishbone ainda existe ou que há pessoas dispostas a dar dinheiro para assisti-los, é simplesmente a noção hilária que uma banda de ska, que nem tem grana para pagar um Vans novo, vai conseguir tirar um milhão de dólares do bolso para pagar essa indenização.

O mosh, como um ato em si, é um exercício realmente estúpido e sem sentido. Um bacana aparece em cima do palco, pega toda sua massa suada e se joga em cima de um monte de massas suadas, tentando parecer um cara foda em um lugar amontoado de gente tentando desesperadamente não morrer. É o salto de fé para pessoas que não são qualificadas para ter um emprego de verdade, visto que um trabalho corporativo realmente requer um voto de fé de verdade. Quando você para pra pensar sobre isso, o mosh realmente não possui propósito algum. Mas de novo, nem o revival do ska (alô Save Ferris!) possui um propósito.

Não é somente sem sentido, é também uma fonte de irritação constante. Se você está parado em qualquer lugar perto do palco, tentando apenas assistir a porra da banda ou tentando mandar uns passinhos inocentes na roda de pogo que você tanto treinou na frente do espelho (admita, você treinou), corre o risco de algum cinto de rebite ou uma bota aterrissar diretamente na sua cabeça. Então não importa o que está fazendo, você sempre precisa manter um olho sempre alerta no que está rolando em cima do palco. O palco é como um oceano ou alguém em um surto psicótico: NUNCA DÊ AS COSTAS PARA ELE.

Porém, mais por mais irritante e sem sentido que um mosh seja, ele acontece. Particularmente, acontece em todos os shows. Na real, é onde exatamente isso acontece. Aliás, é basicamente o único lugar onde isso pode acontecer. As chances são bem baixas de alguém aterrissar sobre sua cabeça quando você está fazendo compras no supermercado ou fazendo um tratamento de canal no dentista. Mas assim que você vai para um show, adivinha? O risco de você levar um mosh aumenta um milhão de vezes. Apenas lide com isso.

Um jeito de você conseguir lidar com isso é prontamente sair o mais rápido possível do caminho. Se a plateia ou a banda é muito caótica para o seu gosto, vá diretamente para o fundo ou onde você se sentir mais seguro. Isso parece uma aula básica de Darwinismo, mas ok. Se você estivesse nadando e sentisse que a maré está muito forte ou as ondas estão muito agressivas, provavelmente tiraria sua bunda preguiçosa de lá o mais rápido possível. Aqui se aplica a mesma coisa. Se um bando de caras sem camisa, pesando mais de 100 kg e com muito mais pelos nas costas do que o normal, estão dando barrigadas em excesso na sua cabeça, dê o fora dali o mais rápido possível, seu burro.

Isso acontece.

As mesmas regras se aplicam na hora de mandar um mosh. Se você vai pular cegamente em um mar de estranhos que não possuem nenhuma obrigação legal de te segurar, está tudo bem. Você faz o que acha que precisa fazer. Mas se te deixarem cair e você estourar sua cara no chão e se arrebentar inteiro, adivinha de quem é a culpa? Vou dar um minuto para você levantar do desmaio, mas é sua culpa, gênio.

A noção de que você pode processar uma banda por conta dos seus ferimentos é ridícula e faz você parecer um babaca. Se eles tocassem muito alto e prejudicasse a sua audição, você iria processá-los por isso? Se eles derrubassem uma cerveja em você, você mandaria a conta da lavanderia? Não, você não iria. Você pagou para ver a banda tocar e é isso que eles vão fazer: tocar. Compre tampões de ouvido, vista uma camiseta velha e pelo amor de deus, olhe para cima, seu imbecil.

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(Essa merda, no entanto, merece morrer urgentemente.)