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Μodă

Karl Lagerfeld

Confesso que não sabia muita coisa sobre o lendário figurão da moda antes da proposta da VICE, mas sabia que, para uma bicha, era o equivalente a conseguir uma audiência com o papa!
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Quando me ligaram da VICE no mês passado com uma proposta repentina de me enviar a Paris para entrevistar o Kaiser Karl Lagerfeld—diretor de criação do bilionário (10 bilhões para ser mais exato) império Chanel, da maison Fendi e da marca que leva seu próprio nome—agarrei a oportunidade. Confesso que eu não sabia muita coisa sobre o lendário figurão da moda antes da proposta da Vice, mas sabia que, para uma bicha, era o equivalente a conseguir uma audiência com o papa! Fiquei ansioso para conhecer o homem por trás do leque (o qual mais tarde descobri, foi há muito tempo substituído pelo colarinho), o guru por trás dos óculos escuros, e tentar separar o mito da realidade.

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Mas agora que conheci o Sr. Lagerfeld, me parece que o homem é na verdade o mito. Não que o homem não exista, mas, por algum motivo estranho, a figura que desce as escadas de sua maison, infinitamente multiplicada por espelhos, transcendeu seu lado mortal e se tornou uma criatura de pura criatividade. Lagerfeld é um ser digno de estudo, em movimento perpétuo, divide-se incansavelmente entre múltiplas tarefas criativas enquanto devora tanto a história quanto o presente efêmero, o zeitgeist. Um leitor voraz e grande observador da vida por meio de livros e da cultura popular, ele filtra o mundo para dentro de suas criações como se fosse uma espécie de supercomputador. Quando insinuei, durante a entrevista, que ele talvez seja portador da síndrome de Asperger, uma forma rara de autismo caracterizada por uma “desordem” obsessivo-compulsiva que se manifesta na forma de “genialidade”, ele concordou.

Um fato que me surpreendeu a respeito de Lagerfeld, enquanto eu fazia minha pesquisa, foi o quanto suas convicções se assemelhavam às minhas. Apesar de ser dono de um jato particular e de diversas mansões de luxo, ele é antimaterialista e se mantém desprendido de suas posses, especialmente após ter-se tornado mais maduro. Ele tem uma estima saudável pelo que muitos consideram “submundo”—prostituição, promiscuidade etc.—e é decididamente antiburguês, o que explica sua aversão à ideia de casamento gay.

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Durante a entrevista, lhe mostrei uma lista de dez convicções que temos em comum, o que ajudou a quebrar o gelo. Desde o primeiro instante, ele foi caloroso e amigável. No entanto, tenho que admitir que ele me enfeitiçou. Durante a hora e meia que conversei com ele, me senti como se estivesse em um sonho ou hipnotizado – relaxado, mas em transe, e até em um leve estado de êxtase. Lagerfeld é mesmo um guru, e não só da moda.

VICE: Então, você está ocupado, como sempre.
Karl Lagerfeld: Estou sempre ocupado, mas essa época é especialmente movimentada. Gosto disso, de estar muito ocupado.

Eu também. Recentemente assisti vários documentários sobre você. Fiquei surpreso, conforme fui aprendendo mais sobre você, em como sua filosofia se tornou tão destilada.
Realista. Sim, bem realista.
Realista e sofisticada. É quase um paradoxo, mas entendo o que você quer dizer.
Amo paradoxos. Eu também. Acho que os paradoxos são fundamentais. As pessoas não entendem, acham que você está sendo contraditório, mas é possível que duas coisas opostas existam simultaneamente. Não há mistério nisso.
A verdade é apenas uma questão de ponto de vista. Gosto do fato de você deixar claro que não quer ser fotografado ou filmado sem seus óculos escuros. Eu também não gosto. Quem gostaria?
São a minha burca. Uma burca para os olhos.
Uma burca para um homem. Sou um pouco míope, e as pessoas míopes quando tiram os óculos ficam parecendo filhotinhos de cachorro implorando para serem adotados. Eu tenho miopia em um olho e hipermetropia no outro.
Não dá para operar? Não. Mas dizem que nunca precisarei de óculos porque uso um dos olhos para ver de longe e o outro para ver de perto.
Perfeito, não? Eu quero continuar míope, senão vou precisar de óculos para ler. Não quero, pois desenho, faço tudo sem óculos, a não ser falar com estranhos. Principalmente se eles também estiverem de óculos.

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Escrava da Moda

Detesto quando os fotógrafos dizem, “dá para tirar uma foto sem os óculos?” Por quê? Podem me ver perfeitamente.
Uma vez dei uma entrevista para uma jornalista alemã—uma mulher horrorosa, muito feia mesmo. Foi logo depois dos comunistas—talvez uma semana—e ela vestia um suéter amarelo meio transparente. Ela tinha seios enormes e estava vestindo um soutien preto gigante, e ela me disse, “isso é falta de educação, tire os óculos”. Eu disse, “te pedi para tirar o soutien?”. Cuidado com o que você pede. Uma coisa que você faz, e que eu também tento fazer no meu trabalho, é tratar todos os aspectos da criatividade da mesma forma. Moda, fotografia, livros, seja lá o que for—tudo vem do mesmo lugar.
Sim, exato. Tudo vem da mesma cabeça. As três coisas de que mais gosto na vida são moda, fotografia e livros. Existem várias outras coisas de que gosto, mas para as quais não tenho nenhum talento. Não tenho talento para música. Não tenho talento para cantar. Não gosto de atuar, a minha vida já é uma encenação. Bom, os dons que você já possui certamente te serviram bem.
Sou perfeitamente feliz, e o que faz as coisas serem ainda melhores é que posso fazer as coisas do jeito que eu quero. Não tenho problema com questões práticas, consigo fazer tudo que tenho que fazer nas melhores condições. O meu negócio de moda, a Chanel, é a maior marca de prét-`a-porter de luxo do mundo. A Fendi faz parte da LVMH, que também é enorme. Você já é famoso faz tempo, mas o mundo das celebridades mudou drasticamente nos últimos anos.
Faz parte da nossa vida, da nossa cultura. Você acha que virou algo tóxico, prejudicial?
Sim, mas não é possível lutar contra isso. A fama tem um preço, e as pessoas que não querem pagar esse preço podem ter problemas. Aceitei a ideia de celebridade por causa de uma expressão francesa: “Você não pode ter a manteiga e o dinheiro para a manteiga”. Interessante. É preciso fazer uma escolha.
E hoje não posso nem ir até a esquina. Não posso ir a lugar nenhum. Mas não te incomoda ficar sozinho e isolado?
Eu tenho guarda-costas. Tenho carros grandes. Você viaja com guarda-costas?
Sim, sim. Mas não viajo em aviões comerciais, viajo em jatos particulares. E quando você vai a uma boate, ou alguma coisa do tipo?
Não vou. Nunca vou a lugar nenhum, nem daqui até Quai Voltaire, onde moro. Nunca mesmo. As pessoas ficam me esperando na frente da minha casa. Há quanto tempo as coisas são assim para você, com fãs te esperando na porta de casa?
Há uns dez anos. Antes disso, era OK. E quando eu era mais novo, as pessoas nem me conheciam. Eu tinha tempo para ser jovem e não ser incomodado por esse tipo de coisa.

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Karl e Bruce no estúdio de Karl em Paris (Foto por Olivier Saillant).

Hoje em dia vemos essas estrelas jovens serem devoradas e destruídas, e isso é triste. Mas, para ser sincero, não me preocupo muito com as estrelas. Me preocupo mais com a pessoa comum que gasta tempo demais pensando em celebridades.
Se eu fosse pretensioso diria que não sou uma pessoa comum. Mas sério, sei como é isso. Sim, eu sei que você se importa com essas coisas, porque você tem interesse tanto pela alta cultura quanto pela cultura popular.
Isso é porque só existe uma cultura. Quer dizer, existe apenas uma cultura ampla, e tudo é uma faceta dela.
Gosto de saber de tudo, gosto de estar informado. Não sou pretensioso. Falo várias línguas. Consigo ler em todas as línguas. A palavra “pretensioso” é normalmente utilizada de forma pejorativa, mas não acho que seja necessariamente ruim ser pretensioso. Então, sei que você trabalha muito. Essa é outra coisa que temos em comum. Detesto férias. Não consigo ficar deitado na praia.
Eu era um rato de praia na minha juventude. Você certa vez disse que aprendeu muito sobre a vida na juventude. O que você fazia naquela época?
Tudo que alguém faz para descobrir que tipo de vida quer levar—do que gosta, do que não gosta, o que é legal. Entendi rapidamente que existem muitas coisas que não são para mim, mas que eu não tenho nada contra. Não tenho preconceito nenhum. Eu não julgo as coisas. Trabalhar duro como você trabalha é quase como ser um monge.
Mas trabalhar duro é como ser politicamente correto. Seja politicamente correto, mas, por favor, não incomode as outras pessoas com conversas sobre ser politicamente correto, pois isso é muito chato. Você quer entediar as pessoas? Seja politicamente correto nas suas conversas. O que significa, para você, ser politicamente correto?
É falar sobre caridade. Faça isso, seja solidário, mas não torne isso o tema de conversas, porque assim você mata os outros de tédio. É muito desagradável. Mas não saio muito, então não me exponho muito às pessoas.

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E se isolar não é um problema para você?
Não tenho problema com isso. Esse é o milagre da minha vida. Não existem problemas, só soluções—boas ou más. Você é contra a ideia de casamento gay. Eu concordo completamente com você nesse assunto.
Sim, sou contra por uma razão bastante simples: nos anos 60 todo mundo dizia que tínhamos o direito de ser diferentes. E agora, de repente, eles querem uma vida burguesa. É a normalização.
Pra mim é difícil imaginar—um dos papais no trabalho e o outro em casa com o bebê. Como seria isso para o bebê? Não sei. Vejo mais lésbicas casadas e com bebês do que homens casados com bebês. E também acredito mais na relação entre mãe e criança do que na relação entre pai e criança. Imagino que você não queira ter filhos.
Se eu tivesse interesse em crianças, seria padrinho—ou madrinha. Não gosto da ideia de tirar as pessoas de suas vidas e de seus contextos. Se houvesse uma criança que eu quisesse adotar, eu tentaria encontrar sua família e lhes daria dinheiro para educar a criança no seu próprio contexto. E quanto a artistas gays famosos como Francis Bacon ou Wilhem von Gloeden? Ambos tiveram relacionamentos que eram quase casamentos.
Eu conheci Francis Bacon; ele era o homem mais doce do mundo, como uma senhora inglesa bebendo chá com o dedinho levantado em Monte Carlo. O meu melhor amigo, que já morreu, era muito amigo de Bacon. Eles jogavam e bebiam juntos. O Bacon tinha um protegé ou era seu amante?
Acho que ele já tinha morrido—o famoso já tinha morrido. Ah, George Dyer.
Eu só via o Bacon com esse meu amigo, jogando e bebendo muito. E esse seu amigo é…
Morreu, também. O que aconteceu?
AIDS. Isso foi há 20 anos. Como foi esse período? Tenho certeza que você conhecia pessoas maravilhosas que morreram de AIDS.
Não quero voltar no tempo. Na época não havia nada que se pudesse fazer. Era uma sentença de morte.
Talvez você seja muito jovem para lembrar. Foi horrível. Mais do que horrível. Dizimou o mundo da moda.
Matou uma geração inteira. Fran Lebowitz disse que a AIDS matou todas as pessoas legais.
Sim, exatamente. O que de certa forma é verdade, pois as pessoas que pegaram a doença estavam vivendo intensamente.
Talvez as coisas tenham ido longe demais. Mas agora querem ser burgueses demais. É verdade. Pendeu para o lado oposto. Essa ideia burguesa dos gays de quererem constituir uma vida familiar tradicional—não entendo. É como se os oprimidos tivessem se transformado nos opressores.
De certa maneira, sim. Exatamente. Eles querem se parecer com as pessoas que sempre os desprezaram.
Quando eu era criança perguntei a minha mãe o que era homossexualidade, e ela disse—e isso foi 100 anos atrás, na Alemanha, ela tinha uma cabeça bem aberta—“É como cor de cabelo. Não é nada. Algumas pessoas são loiras e outras têm o cabelo escuro. Não é um problema”. Foi uma atitude muito saudável. Nisso você teve sorte.
Algumas pessoas fazem muito drama com isso. Eu não entendo. Não é um problema. Não existe. Não é um assunto. Para mim nunca foi.

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Como você era, quando criança?
Eu parecia um adulto. Tenho fotos minhas de criança usando gravata, assim como hoje em dia. E claro, eu fazia muito sucesso com pedófilos. Fiquei sabendo disso aos dez anos. Então você usava isso conscientemente?
Não, não iria tão longe. Era impossível me tocar. Eu fugia e contava para a minha mãe quando eram pessoas que ela conhecia, como o irmão do marido de uma das minhas irmãs. Não aconteceu nada, mas a minha mãe disse: “Sabe, querido, é culpa sua. Você sabe como você se comporta”. Você chegou a ter relações sexuais com alguém mais velho?
Não, nunca fui tão longe. E quanto à sua relação com o movimento político gay?
Não tenho nada a ver com ele. Isso faz parte da vida normal. Quer dizer, 20% da população é desse jeito, feitas assim por Deus, ou seja lá por quem, são como são. Então qual é o problema? Acho que o argumento é que quanto mais organizados e politizados, mais capazes de combater coisas como violência homofóbica.
Eu nunca passei por isso. Tive uma vida superprotegida. Contra o que vou lutar? Não sei o que fazer. Nunca aconteceu comigo, nunca aconteceu com as pessoas que eu conheço.

É como diz a Marianne Faithfull: “Você está lutando pelo quê? Não é a minha realidade”.
Exatamente. Sou louco por ela. Ela é ótima. Grupos políticos gays já te procuraram?
Sim, mas nunca votei na vida—em nenhum tipo de política. Nem eu.
Sou estrangeiro aqui; sou estrangeiro na Alemanha. Estou de passagem. A política é muito voltada aos negócios.
Meu mundo é o da moda. Não trabalho com política. Não voto na França, apesar de os estrangeiros poderem votar aqui. Nunca vou votar na minha vida. Eu também não.
Que bom. Eu poderia votar em mim mesmo, porque sei tudo a meu respeito. E posso mentir para todo mundo, mas não posso mentir para mim mesmo. A minha mãe costumava dizer: “Se você é realmente honesto e tem alguma educação, saberá a pergunta e a resposta”. Você trabalhou com a Carla Bruni, a mulher do primeiro-ministro francês, quando ela era modelo?
Sim, sim. Ela era uma das dez supermodelos. Eu era meio obcecado por ela. Eu arrancava fotos dela das revistas, e, quando estava editando um filme no começo dos anos 90, costumava olhar uma foto dela que eu tinha pendurada na parede. Não sei por quê. Ela tem alguma coisa.
Ela tem uma educação incrível e fala muitas línguas. Ela é perfeita para o trabalho de primeira-dama. Eu até a fotografei pelada. Essas fotos vieram à tona depois que ela se tornou primeira-dama?
Sim, mas as fotos eram elegantes e ela não tinha nada contra. Ela não estava nem aí. Ela é muito tranquila. A foto é belíssima. Posso te mostrar esse nu dela. Fotografei para a Visionaire em 1998. Todo mundo sabe como são os homens e as mulheres, e todo mundo vai à praia. Então, qual o problema? E você também não tem problema com pornografia.
Não. Admiro a pornografia. Essa é outra coisa que temos em comum.
E, pessoalmente, só gosto de acompanhantes de luxo. Não gosto de ir para a cama com pessoas que realmente amo. Não quero ir para a cama com elas porque o sexo não dura, mas a afeição pode durar para sempre. Acho que isso é saudável. E, considerando como vivem os ricos, isso é possível. Mas acho que quem não é precisa de pornografia. Também acho que é muito mais difícil atuar em filmes pornográficos do que fingir emoções faciais como ator. Você disse certa vez que fazer um boquete num filme é mais difícil do que representar grandes emoções, que podem ser simuladas. Eu concordo totalmente. Acho que as pessoas não dão crédito aos atores pornôs. O que eles fazem não é fácil.
Admiro os atores pornôs. Eu também, assim como prostitutas.
A frustração é a mãe de todos os crimes, então haveria muito mais crimes sem prostitutas ou filmes pornôs. Você teve problemas quando usou uma estrela pornô em um de seus desfiles nos anos 90.
Mas quem se importa? A Anna Wintour se importa.
É, mas ainda nos damos muito bem. Há muita hipocrisia em torno da pornografia. Muitas pessoas assistem, mas desprezam as pessoas que trabalham com isso.
E aqueles cinemas que existiam nos anos 70 já não existem mais. Tem um em Toronto ainda, minha cidade.
Nunca fui a um cinema desses, acho meio sórdido. Tem o seu encanto.
Não sei se quero ser encantado.

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Como Karl gosta de cartuns dele mesmo, encomendamos um para o Johnny Ryan.

Agora falando da forma feminina: Beth Ditto, do Gossip? O que você acha da imagem dela?

Ela é muito boa, conheço-a muito bem. Ela é genial. Não é o que usamos nos desfiles, mas ela tem muita personalidade.

Acabei de assistir Gossip em Berlim, e ela é incrível. Há muita crítica ao mundo da moda e a magreza das modelos, mas você obviamente gosta dos corpos voluptuosos também.

Sim, muito.

Vamos falar de peles de animais. Cresci numa fazenda. O meu pai era caçador de peles.

Eu também. Meu pai não era exatamente um fazendeiro, mas passei muito tempo no interior, então sei tudo sobre a vida do campo.

O meu fazia armadilhas para visons e castores.

Não tem mais nada para se caçar nessas regiões.

Era parte da renda dele.

É por isso que sempre digo, quando as pessoas falam em não usar peles: “Você é rico o suficiente para garantir a renda das pessoas no Norte que vivem da caça? Você quer que elas vivam de que, se elas não têm alternativas?”.

É por isso que sempre achei estranho o movimento contra o uso de pele de animais. Fazia parte do sustento da minha família.

Os fazendeiros são bonzinhos com as vacas e porcos, e depois os matam. É muita hipocrisia. Pelo menos os caçadores não bajulam os animais. Lembro de ver porcos serem mortos quando criança. Ainda posso ouvir aquele barulho.

Você é vegetariano?

Na verdade, não. Como carne uma vez por semana porque o meu médico exige, mas prefiro peixe. Não gosto da matança dos animais, mas não gosto tampouco da matança de homens, o que parece ser coisa bastante comum no mundo de hoje.

Você é meio irreverente em relação às peles.

Se você não pode bancar, esqueça. Não a use como se fosse um investimento para mostrar às pessoas o quanto você é rico. Use como uma peça barata. É como uma grande pedra preciosa. Sorte sua que você tem uma, mas se te atrapalha financeiramente não a tenha.

Esse é outro paradoxo que gosto em você. Você não usa as coisas de forma ostensiva.

Se você pode bancar, OK. Mas se você acha que é um investimento, esqueça.

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