Infiltrei-me numa corrida feminina contra a baixa autoestima

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Nike #VemJunto

Infiltrei-me numa corrida feminina contra a baixa autoestima

O que pega é ser saudável e poder comer uns hamburgões. Pelo menos foi o que entendi.

Foto: Wilmore Oliveira

É final de tarde de uma terça-feira de solzão implacável no bairro carioca da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e, por todos os lados, como diz o refrão daquela música do Neguinho da Beija-Flor, só há mulher, mulher, mulher, mulher, mulher. Sou o infiltrado. Único homem na concentração para uma corrida em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, estou à espera da Angel da Victoria's Secret, Izabel Goulart, a responsável pelo evento. Quando penso em cumprimentá-la, ela começa a, aos gritos, botar a mulherada para aquecer. Decido ficar só na espreita, de óculos escuros e bloco de notas, quase invisível. O repórter distante, por assim dizer. O evento, disse Izabel, servia como incentivo não só esportivo; tinha missão também de melhorar totalmente a vibe das mulheres com relação aos seus corpos. Foda-se esse papo de corpo perfeito, falou, talvez não com essas palavras. O legal mesmo é achar uma rotina mais saudável de vida. Mordi meu hamburger e assenti com a cabeça. É por ai mesmo, Iza. Depois disso, para meu alívio, notei que não era o único infilitrado: havia outros homens, dentre eles o personal trainer Chico Salgado que, animadão porém sem óculos escuros, puxou o ritmo da mulherada. Ao dele estava a triatleta Fernanda Keller, outra incentivadora. A coisa era séria mesmo. Izabel contou às participantes sobre a experiência do esporte na sua carreira. Falou que a prática de exercício esteve sempre presente na sua vida. Citou o kickboxing e o pilates como duas atividades legais para o físico, mas falou que nenhum foi tão bom quanto correr. É o que mantém o ritmo, disse. Meio receoso com essa ideia de kickboxing, troquei uma ideia bem rápido e perguntei se ela recebe muitos feedbacks de mulheres que mudaram os hábitos. "Sim", ela disse, sorridente, aliviando-me. Segundo Izabel, sua maior motivação vem dos comentários via redes sociais de pessoas que afirmam terem melhorado a autoestima por causa dela. Já ouviu de tudo: melhoras no casamento, mudanças radicais na imagem e vários relatos de vida mais saudável. Prometi que, depois de acabar meu hamburger, iria entrar numa rotina meio fitness e mandaria, dali um mês, relatos sobre a nova vida. Educada, ela me incentivou e disse para eu me juntar à galera. Fui, né. Depois de nos colocarmos todos a postos, houve o momento selfie, o momento snapchat, o momento mensagens para os grupões e, por fim, o momento corrida. Percorremos (eu menos, ok) cerca de 2km de distância até o Posto 1 da praia da Barra da Tijuca onde tinha música, tapetes para exercícios e a equipe da Nike aguardando geral com muita água e disposição em fazer a bateria de exercícios, ritmada pelo Chico Salgado no alto falante. Tentei participar, mas acho que o burgão não caiu bem. Tive que fazer o repórter distante outra vez. No fim, as meninas voltaram de bonde de novo para o local de início onde rolou uns comes e bebes saudáveis para repor a fadiga. Aí fui exemplar. Até porque ninguém é de ferro, né? Pouco antes de me despedir, ainda mandei um tchau pra Iza e reafirmei meu compromisso de ser mais saudável e avisá-la pelo Facebook. Ela sorriu, eu também. E amanhã começo. Sem exagerar nos burgs, juro.

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O bonde da regata roxa antes da prova. Foto: Wilmore Oliveira

Aquela conferida no instagram, aquele alô pros amigos e…Foto: Wilmore Oliveira

Pé na rua num pôr-do-sol loucoFoto: Wilmore Oliveira

Aquela posição maneira da yoga ao cair da tarde. Foto: Wilmore Oliveira

Miga, sua louca. Vamo correr mais. Foto: Wilmore Oliveira

Mais uns exercícios depois de dois quilômetros de corrida. Foto: Wilmore Oliveira

Um agachamento básico. Foto: Wilmore Oliveira

Só mais alguns exercícios, juro. Foto: Wilmore Oliveira

Ops. Um alongamentinho de braço só, galera. Foto: Wilmore Oliveira

Pose pra foto. Foto: Wilmore Oliveira

Tem alguém cansada aí? Que nada. Foto: Wilmore Oliveira