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Sexo

Teaser Exclusivo VICE: We are Mitra

Estás no emprego? Não abras este link.

Kitch contêmporaneo embebido em fascínios lascivos, com sonoridades urbanas difusas, os Mitra caracterizam-se na sua frontalidade. Para eles é tudo simples: Queremos festa e queremos já.

São um traçadinho com Trap, Kuduro, Rasteirinha ou Hip Hop à mistura. Onde existe uma batida solta, eles vivem. Um colectivo que promete fazer um arrastão na pista dança e que lança agora seu primeiro teaser em exclusivo na VICE.

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Encontrei-me com um deles, num café chunga onde o senhor que atende tinha a cara espezinhada como uma beata na calçada. Acho que ele não foi contratado, serve em troca de umas imperiais. O melhor é que isto foi não foi no bairro deles, o encontro foi marcado no meu, porque o nome deste grupo deixou-me cauteloso. Chamem-me materialista, mas prezo bem os poucos bens que possuo.

Receoso, fui aproximado por um tipo. Se isto fosse para televisão a sua cara seria filmada em silhueta e a sua voz estaria distorcida (leiam à metade da velocidade para ser mais realista).

Experiente, começou por falar-me do seu passado. Teve uma residência em Amesterdão, numa discoteca e numas coffee shops (se me faço entender). “Eu começava a noite e a primeira pessoa que chegava, com a mesma facilidade com que vai ao bar buscar uma bebida, ia para a pista dançar. Tu aqui os primeiros a irem para a pista parece que são heróis”.

Querem tirar o hashtag do lema “só se vive uma vez”. Que o pessoal cague no que os outros pensam e que se divirtam. Trazem frequências novas, poderosas e imediatas. Consideram que o choque que algumas pessoas possam ter é temporal porque “houve muitas modas que eram consideradas mitra que agora são comuns”. Esta constante metamorfose também é a razão porque não querem ficar presos a estas raízes e crescer para um conceito mais global. Costuma-se dizer que podemos ir a qualquer lado do mundo e encontrar um português. Mais fácil é de encontrar um mitra, um hustler.

Perguntei-lhe se me ia roubar, fiquei mais descansado que disse que não. É a coisa do nome, deixa-me nervoso. Mais que um gajo a passar som e duas “damas a dançar". “Mitra não é uma dupla, um trio, não é um DJ, não é uma banda — é uma atitude.” Mais que uma subcultura anti-social, uma atitude subversiva. “Parte de nós é mitra, é uma coisa latina. Não é tanto uma estética, é a chico-esperteza. Está uma fila enorme para tomar café mas eu finjo que vou pedir uma dica ao chefe e saco-lhe dois cafés”. Bem, pelo menos foi mais rápido do que esperar pelo voluntário esmurrado.

Prometem lançar mais que este teaser, um edit de várias músicas que resume a essência do colectivo. Mais tarde outros projectos: “Queremos fazer bué merdas: criar videos, músicas e muito mais”. Distinguem-se na sua atitude e na forma como fundem os géneros músicais mais “mitras” do mundo.

Agora, vejam o teaser, com o aviso: NOT SAFE FOR WORK.