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Eu, Assassino

Tá vendo essa foto? Sou eu. Ela é importante pra mim porque representa uma virada na minha vida patética de então...

Tá vendo essa foto? Sou eu. Ela é importante pra mim porque representa uma virada na minha vida patética de então… Calma, rapaz. Você ACHA que já ouviu essa história. Agora a parada é outra. O sistema embruteceu. De ontem pra hoje virei matador em série. Serial killer, amigo. Cruel 10.000%. Piriguete sadomasô pode relaxar a bisteca que não foi pelo meu Q.I. elevado, nem pela minha aura cativante e muito menos porque meu irmão é médico e eu não. Nem porque eu odeie amarelo. Foi tudo por causa daquele Luciano Milici, o tal catalogador de assassinos.

Lembra dele? É o cara que ao invés de mostrar pornografia 3D pro filho passou o tempo livre ranqueando psicopatas no Microsoft Excel e criou o Super Trunfo dos serial killers. Pois é, ele deixou marca. Ou teria eu marcado ele? Enfim, o Luciano curtiu tanto o nosso lance sobre aborto, eutanásia e formas de assassinato que escreveu no seu blog uma carta lindona, ainda que sem aquelas letras recortadas de revistas e jornais, elogiando a Vice (“virei leitor assíduo”), a entrevista que fizemos com ele (“tranquila, divertida, fluida”), “o minimalismo da mobília e mesas de madeira” e os nossos “pés-direitos marcantes”. Boa!

E como é ele quem dá as cartas, resolveu me homenagear, um repórter assas – assino reportagens, mano – fazendo essa montagenzinha pra celebrar nosso encontro (no Photoshop ele é matador). Agora sou da curriola dos tensos… É claro que a minha carta não tá na versão oficial comercial do baralho. Diz lá: “Essa não é uma carta real. É uma homenagem ao jornalista que me entrevistou. Segundo a carta fake, o Goofy Killer usava um cano vermelho na cabeça e fez, em toda a vida, apenas uma vítima: o Pateta. Na foto ele aparece segurando a cabeça do pobre personagem da Disney”.

Tá aí então. Eu, assassino. Frio e calculista o caralho, que eu não nasci na Dinamarca e meu rim tá funcionando bem. Mas agora entendo o porquê de ele ter desmarcado nossa primeira tentativa de entrevista, escolhido um lugar público pra dar as caras e saído no meio da partida. Se decapitei um, tô pronto pra outro. É o Soraggi. Tem corági?