Q&A: NADJA SWAROVSKI

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Sustainability Week

Q&A: NADJA SWAROVSKI

Conversamos com a executiva da Swarovski sobre o impacto da indústria de luxo no mundo e o nosso futuro sustentável.

Conversamos com a executiva da Swarovski sobre o impacto da indústria de luxo no mundo e o nosso futuro sustentável.

Por que você acha que a moda deve se preocupar com a sustentabilidade?
Primeiramente, a moda é uma indústria global que tem um impacto imenso sobre ecossistemas de todo o mundo. Se não pensarmos e agirmos de forma sustentável, esse impacto pode ser muito negativo. Nossa indústria melhorou muito no papel de zeladora sustentável do meio ambiente e das pessoas que trabalham e vivem nele, mas ainda temos um longo caminho pela frente. A moda e as indústrias criativas de maneira geral também têm um papel absurdamente importante de colocar tendências em movimento e ajudar a transformar a sociedade para melhor. A moda precisa tomar a posição de vanguarda da discussão acerca da sustentabilidade para ajudar a desencadear grandes mudanças. Acredito, no entanto, que isso exige uma mudança de valores para que se veja uma evolução positiva na sustentabilidade dentro do setor.

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O que a levou a se preocupar com o impacto da indústria?
Na Swarovski, pensamos em gerações, não em trimestres. Esse compromisso com um negócio que respeita as pessoas e o planeta está enraizado no DNA da marca. Nosso fundador, meu trisavô Daniel Swarovski, tinha uma forte crença na proteção do meio ambiente e na preocupação com as pessoas. Essa é uma parte integrante do nosso legado e também ingrediente essencial para nosso futuro sucesso como empresa. Trabalhar em uma empresa familiar aumenta a noção de responsabilidade de como nossas ações e práticas comerciais impactam a indústria, os funcionários, os clientes e o meio ambiente. Escolhemos fazer disso um impacto positivo em todas as frentes.

Que perguntas os consumidores devem fazer às marcas para reforçar as mudanças que precisamos?
É importante todos nós pensarmos sobre o impacto de nossos comportamentos sobre o planeta e as pessoas ao nosso redor, e isso começa com muitas das escolhas que fazemos no cotidiano, incluindo de quem optamos por comprar. Então os consumidores precisam ter a capacidade de fazer perguntas sobre toda a cadeia produtiva de uma mercadoria. Como empresa, nossa meta é ser o mais transparente possível para responder quantas dessas perguntas forem necessárias antes mesmo que elas sejam feitas. Por esse motivo, temos o imenso prazer de ter recebido, no ano passado, a certificação do Conselho de Joalherias Responsáveis pelas nossas gemas. Essa é só uma parte da nossa ampla estratégia de Responsabilidade Social Empresarial, que também inclui nosso compromisso com o consumo de água e energia e a reciclagem.

Como você vê sua atuação como agente de mudança nesse cenário?
Como marca, consideramos a sustentabilidade em toda a cadeia produtiva. Temos seis áreas centrais de atuação, que destacamos no nosso Relatório de Sustentabilidade, publicado este ano: preocupação com os nossos colaboradores, exigir uma cadeia produtiva responsável, apoiar a ética e a integridade, criar produtos responsáveis, proteger o meio ambiente e retribuir. Lançamos nosso 'Cristal Avançado' sem chumbo em 2012, reduzimos nosso consumo de energia em 24% desde 2010 e hoje, globalmente, 55% do nosso consumo de energia provém de fontes renováveis. Em toda a empresa, também estamos promovendo outras iniciativas de reciclagem de água e resíduos.

De que tipo de mudança você espera fazer parte na sua vida e no trabalho na indústria da moda?
Não se trata de um trabalho apenas para o meio ambiente, mas também para as pessoas e para criar uma mudança permanente e positiva em todo o mundo. Temos orgulho da nossa parceria com a Iniciativa Cidades Seguras da ONU Mulheres, para a qual revelamos uma nova pulseira nos eventos de Paris na residência oficial da Embaixadora Americana e na sede das Nações Unidas em Nova York. Nosso trabalho com a Fundação Swarovski, criada em 2012, também é pensado para deixar um legado perene em três pilares: cultura, bem-estar e meio ambiente.

Se você pudesse aprender somente uma frase na língua dos países que visita, qual seria?
'Obrigada'. Gratidão não custa nada.