Em Fevereiro deste ano demos máquinas descartáveis a seis refugiados instalados em Berlim. Pedimos a cada um deles que capturasse o seu quotidiano em 27 fotografias. O projecto chamava-se Augen-Blick, que quer dizer piscar de olhos em alemão.

Lançámos este desafio, porque considerámos que agora, mais do que nunca, é preciso privilegiar o que nos une em detrimento do que nos separa destas pessoas. Embora o tema dos refugiados na Europa esteja na ordem do dia há um tempo, foi apenas quando começámos a trabalhar nesta reportagem que nos sentimos verdadeiramente tocados por este drama. Esperamos que estas fotografias mostrem como é o quotidiano destas pessoas.

Descobre as fotografias de Halea e Francis no seu site.

Naheed foi a única mulher que participou no projecto. As outras mulheres com quem falámos mostraram-se reservadas. Naheed vive em Berlim há cerca de ano. Tirou muitas das fotografias em sua casa.

Infelizmente, nunca pudemos saber o nome de família de Saleh. Ele foi transferido depois da dissolução do campo de refugiados onde o encontrámos.

Huseynaga chegou a Berlim com a sua família quando tinha 11 anos. Pouco depois, fez um estágio num teatro, e pôs-se a desenhar caricaturas. Tivemos que dar-lhe outra máquina, porque lhe roubaram a primeira, no campo de refugiados.

Era a primeira vez que o Sayed usava uma máquina fotográfica, por isso a sua namorada ajudou-o. Encontraram-se em Berlim.

Vive há nove meses em Berlim, e trabalha ilegalmente. Os parques da cidade recordam-lhe a sua cidade-natal .

Depois de uma pequena temporada no campo de acolhimento aos refugiados da Universidade livre de Berlim, Zymer e a sua família foram expulsos porque as autoridades deliberaram que tinham vindo para a Europa por razões financeiras.