A Nintendo finalmente responde se o Mario é humano

Esta matéria foi originalmente publicada no Waypoint.

A galera da VICE Canadá – especificamente o repórter Simon Coutu – trocou uma ideia com Kenta Motokura da Nintendo nessa semana para conversar sobre o novo jogo do Mario, Super Mario Odyssey. Motokura é o diretor do game, que teve destaque na apresentação da empresa e também durante toda a E3 2017.

Apesar de termos jogado o game quando estávamos na E3, a gente ainda não tinha as respostas para todas as perguntas, especificamente uma que não quer calar: o Mario é humano?

Amigos e amigas, tenho o prazer de anunciar que, sim, nós temos uma resposta. Para essa e muitas outras perguntas relacionadas ao novo Odyssey.

VICE: O Super Mario Odyssey é um dos jogos mais esperados da E3. Você se sente pressionado no desenvolvimento desse jogo?
Kenta Motokura: Honestamente, a pressão dos meus chefes é mais difícil de lidar (risos). Quando fazemos um jogo, a gente só pensar em coisas divertidas que podemos colocar ali, então eu não me sinto tão pressionado.

Esse tipo de jogo frequentemente é chamado de "sandbox" (ou seja, em que o jogador pode manipular e explorar profundamente o universo do game). Você poderia explicar o que um jogo "sandbox" significa para você?
Uma das coisas que eu definitivamente acho importante é colocar vários elementos e formas de jogar diferentes dentro de uma fase. Outra coisa que acho crucial é poder ver a fase inteira e enxergar o que existe em volta do cenário e no cenário em si.

No jogo, eu sinto que existe uma volta a um tipo de jogabilidade antiga, como a do Super Mario 64, por exemplo. Era isso que você queria fazer – uma volta às origens do Mario?
No começo, a gente não pretendia voltar ao [design de] Super Mario 64. Quando estávamos fazendo protótipos [para Super Mario Odyssey], nós adicionamos elementos que lembram Super Mario 64 às fases do jogo, que pensamos que encaixavam bem na proposta do novo jogo.

Parece que agora o mundo do Mario é maior do que nunca. Você poderia dizer mais sobre isso?
Dessa vez, o Mario pulou pra fora do Mushroom Kingdom e agora está viajando pelo mundo – ele definitivamente está numa grande jornada.

Por que foi importante fazer com que o Mario viajasse pelo mundo? Por que é importante ver o mundo de verdade em vez de só ver os mundos do Mushroom Kingdom?
Essa é uma jornada do Mario para salvar a Princessa Peach, uma das pessoas que ele mais ama, então queríamos fazer uma jornada épica. Como jogadores, nós não fomos ainda para todos os lugares que gostaríamos de visitar, e não descobrimos os lugares que podemos visitar. Através desse jogo, nós pensamos que poderíamos trazer uma experiência nova para todo mundo.

Em Super Mario Odyssey existe uma moeda nova que o Mario usa para comprar roupas, e vemos que o Bowser usa um terno. O que significa ver esses dois personagens se transformando em fashionistas?
Bom, sim, talvez Mario esteja se transformando num cara fashion. Quando criamos as roupas, a gente estava pensando nas pessoas que viajam e querem experimentar as roupas das pessoas que moram nesses lugares. Então, pensamos em incorporar essa ideia ao jogo.

O Mario usa o seu chapéu para atacar nesse jogo – o nome dele é Cappy, inclusive. O chapéu é um ser vivo ou apenas uma arma.
Ele está vivo.

Pela primeira vez, o Mario está em um mundo onde existem humanos, e a gente vê a enorme diferença entre o Mario e as pessoas de New Donk City. O Mario é humano?
O Mario é humano.

Jura? Então por que ele é tão diferente?
No mundo, existem vários tipos de pessoas diferentes, sabe?

Boa resposta.

Nesse jogo, quando você joga o seu chapéu em alguma coisa, você se torna aquela coisa. Eu sei que o Kirby tem um poder parecido – o Kirby influenciou você no desenvolvimento desse jogo?
Não fomos especificamente influenciados pelo Kirby, mas pensamos, "ah, você pode pular mais alto e nadar mais rápido", então implementamos isso aos personagens do jogo.

Como o fato de que o Switch também é uma plataforma móvel influenciou no design do jogo?
Nesse jogo, você precisa pegar um monte de poderes, que você consegue completando a história principal, ou nas fases secundárias. Então, para conseguir esses poderes, pode ser que você demore muito ou quase nada, depende de como você quer jogar. Se você está jogando como um console portátil, tem poderes que você pode conseguir em dois ou três minutos, ou se você quiser passar mais tempo nas lutas contra chefões ou em uma fase maior, você pode também. Então, o Switch é perfeito para isso.

No trailer que vimos na E3, dá pra ver que existem muitas coisas escondidas nesse mundo, incluindo referências ao primeiro Super Mario Bros. Você pensou nos jogadores de longa data da franquia, que conhecem o Mario desde os anos 80 e 90?
Sim, nós definitivamente pensamos nesse lado nostálgico para jogadores que já jogaram outros jogos do Mario antes. Esse mundo é feito de elementos 3D e 2D, e queríamos misturar as coisas. Portanto, nós implementamos uma jogabilidade 2D também.

O Luigi vai voltar nesse jogo? Teremos um modo multiplayer?
Estamos pensando em colocar muitos personagens no jogo, e o Luigi pode aparecer, não sei. E, como você sabe, com o Switch é possível dividir o controle, então talvez tenha multiplayer.

E por último: não vi muitos tubos e canos nesse jogo. O Mario continua sendo um encanador?
No material promocional que lançamos em janeiro, o Mario pula de um bueiro, então acho que ele ainda está fazendo o mesmo trabalho de sempre.

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