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A nova menina superpoderosa negra é uma vitória da diversidade

Obviamente brasileiros aproveitaram o anúncio pra serem racistas nas redes sociais.
Screenshot via YouTube .

Esta matéria foi originalmente publicada no i-D .

Docinho, Lindinha e Florzinha ganharam uma nova irmã. O desenho animado feminista dos anos 90, que ganhou um reboot ano passado, se tornou mais diverso com a adição de Bliss, um personagem de pele negra e cabelo azul.

Até agora, o papel de Bliss nas novas batalhas das meninas ainda não foi revelado. Sua raça exata não é conhecida e ela será dublada por diferentes atrizes nos mais diferentes países onde o desenho é transmitido. É uma ação importante para a diversidade da Cartoon Network, e com certeza vai tocar os fãs do canal (52% dos espectadores da Geração Z nos EUA são não-brancos). A personagem vai aparecer no novo filme de cinco partes de Meninas Superpoderosas, que estreou em 17 de setembro nos EUA e vai ao ar dia 19 no Brasil.

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No Brasil, inclusive, parte da recepção à nova personagem, depois do anúncio do Cartoon Network, foi marcada por comentários racistas no Twitter.

Apesar de Bliss aparecer no primeiro episódio, não está claro se ela estará nas outras quatro partes de Power of Four. Ei, talvez ela pudesse até ganhar um spin-off? Bom, logo abaixo vai tudo que você precisa saber sobre essa nova superfofa.

As Meninas Superpoderosas estreou em 1998. Até agora, 78 episódios foram ao ar, além de um longa e um especial de Natal. Mas onde Bliss estava todo esse tempo? A super-heroína foi criada pelo Professor X antes de Docinho, Lindinha e Florzinha. E como ele usou o Químico W em vez do X, seus superpoderes estão ligados a suas emoções. Então sempre que fica chateada, Bliss entra em combustão e destrói tudo ao redor. Cansada de causar problemas, Bliss fugiu para a Ilha Cocô de Passarinho (isso mesmo) e escolheu viver exilada… até agora.

Nos EUA e África do Sul, Bliss será dublada pela rapper sul-africana Toya Delazy. Pegar o papel foi uma grande vitória para Toya, que cresceu assistindo As Meninas Superpoderosas e se identificava com a Docinho por causa de seu jeito moleca. "É muito incrível; não tenho mais o que dizer… quero encher as meninas, especialmente meninas negras, com essa energia de que você pode fazer tudo que quiser", disse Delazy a Elle sul-africana. "Esse é o objetivo de Meninas Superpoderosas. Fazer as meninas sonharem que podem ser super-heroínas… Se a representação conta com o fato de que todo mundo está falando tanto sobre isso, significa que era muito necessário, e é lindo. Também é muito legal colocar os holofotes sobre a África."

O principal foco do reboot de Meninas Superpoderosas era remover as partes problemáticas da série, como o retrato sexista da Senhorita Bellum, a assistente do prefeito. E Florzinha, Docinho e Lindinha são menos clichê. Os roteiristas do desenho afastaram as personagens dos arquétipos "a inteligente", "a moleca" e "a doidinha", e as desenvolveram em meninas mais convincentes. "Desenvolvendo as personalidades delas e as compreendendo melhor como personagens, podemos escrever histórias com que as pessoas podem se identificar mais", explicou Nick Jennings, produtor-executivo do reboot. "Acho agora que você pode se conectar melhor a elas."

E as super-heroínas até combatem a masculinidade tóxica. Jennings diz que o novo vilão Manboy, que é do tamanho de uma criança mas possui superforça, é "um personagem masculino com mentalidade antiga nesse mundo moderno". Parece uma luta fácil para Lindinha, Docinho, Florzinha e agora Bliss.

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