O MTST Parou São Paulo ao Som de Raul Seixas

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O MTST Parou São Paulo ao Som de Raul Seixas

Debaixo de uma garoa fina e um vento típicos da Avenida Paulista, o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) se reuniu em protesto para pedir o início da terceira fase do Minha Casa Minha Vida.

Foto: Felipe Larozza/VICE

Debaixo de uma garoa fina e um vento típicos da Avenida Paulista, o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) se reuniu em protesto para pedir o início da terceira fase do Minha Casa Minha Vida.

Concentração no vão livre do MASP. Foto: Felipe Larozza/Vice

Segundo pesquisa da FGV divulgada em outubro do ano passado, o Brasil precisaria investir R$ 76 bilhões por ano até 2024 para zerar essa dívida. Até o final de 2014, o programa do Governo Federal reduziu em apenas 8% o problema - ainda tem muito teto para ser levantado.

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Foto: Felipe Larozza/VICE

Enquanto as paredes não começam a ser rebocadas, o MTST vem cumprindo sua promessa de mais protestos e mais ocupações. Segundo o movimento, 30 mil pessoas caminharam nesta quinta-feira (25) em direção ao escritório da presidência e, depois, até a Febraban (Federação Nacional dos Bancos). A Polícia Militar estima que duas mil pessoas tenham participado da manifestação.

Por volta das 19h, o protesto chegou ao escritório da presidência. Foto: Felipe Larozza/VICE

A ideia que vinha do caminhão de som era simples e direta: "Nós vamos protocolar nossa pauta e esperamos francamente que ela seja ouvida, porque, se não for, já estamos prontos para parar São Paulo e parar o Brasil". Para a Federação dos Bancos o papo era outro: "Nós sabemos quem são os grandes responsáveis pela corrupção".

Às 20h30, o carro de som parou em frente ao prédio da Febraban. Foto: Felipe Larozza/VICE

Além do MTST, que liderou o protesto, várias centrais sindicais, grupos de estudantes e partidos de esquerda estavam presentes e ficaram misturados ao mar vermelho de bandeiras dos sem-teto.

Foto: Felipe Larozza/VICE

A caminhada foi longa, tranquila e embalada por uma trilha sonora curiosa. Do caminhão de som, veio de "I Heard It Through The Grapevine" até a clássica trilha sonora de protesto do Raulzito ("Aluga-se).

Jussara Basso, coordenadora estadual do MTST. Foto: Felipe Larozza/VICE

Apesar da minha alegria musical, a treta é grande. "Estamos vivendo um momento de ataque aos direitos que foram construídos ao longo de anos atráves de muita luta, a redução da maioridade penal, a terceirização, as mudanças previdenciárias e o não lançamento do Minha Casa Minha Vida 3 colocaram o país em um momento em que não temos um programa habitacional- temos só projetos parados", me explica Jussara Basso, coordenadora estadual do MTST.

Foto: Felipe Larozza/VICE

Depois de cumprir categoricamente as duas paradas e dar uma bela travada no trânsito de São Paulo, a dispersão rolou em paz no Largo da Batata. Não foi anunciado um outro ato, mas o MTST promete continuar a pressão. "Agora é hora de unidade de luta de mobilização: quem luta, conquista. Todos os direitos que temos hoje foram conquistados através da luta de nossos pais e dos nosso avós; então, a gente tem de garantir esses direitos. Povo na rua", encerra Jussara.

Encerramento do protesto no Largo da Batata. Foto: Felipe Larozza/VICE