FYI.

This story is over 5 years old.

Música

Discos: Son Lux

Um sete polegadas cor de verde-vidro.

Tear

Joyful Noise Recordings

7/10

Fisicamente,

Tear

é um sete polegadas, em vinil, com cor de verde-vidro — coisa bonita e rara da Joyful Noise, que entretanto já vendeu todas as suas 300 cópias numeradas e autografadas por Ryan Lott (Son Lux). No que diz respeito à música que comporta,

Tear

não é menos estranho e funciona como pequeno disco conceptual dividido em duas partes distintas de pouco menos que quatro minutos cada. A primeira parte começa com uma voz altamente manipulada, manda vir as cordas e todo o esmagamento clássico disso, avança depois ao ritmo de uma marcha nupcial sonolenta, mete-lhe um ritmo de trip-hop e acaba com Son Lux (o herói) a duplicar-se na sua voz filtrada de robot e em estado puro de criança a cantar no coro da igreja.

Publicidade

No lado inverso, “Tear, Part 2” é muito mais abstracta e carregada de excessos (desde os arranjos sinfónicos até aos sintetizadores altamente cafeinados).

Tear

inclui os seus momentos inspirados, mas, muito por causa desta segunda metade, cansa também como o cão da vizinha que não pára de ladrar. Son Lux soa um pouco a herdeiro do Sufjan Stevens e, tal como ele, diríamos que se arrisca a ter pela frente uns quantos discos futuristas incompreendidos (para não dizer chatos, como aquele do coelho na capa). Para mais, os dois colaboraram juntos (e com Serengeti, da Anticon), num trio temporário chamado

S / S / S

, que se apresentaram ao mundo o ano passado com um EP que ninguém ouviu. Por enquanto,

Tear

provoca alguma curiosidade e antecipa o terceiro álbum de Son Lux,

Lanterns

, que tem lançamento marcado para o Outono.