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Muro de Berlim, Meu Amor

Hoje é o aniversário de 20 anos da queda do Muro de Berlim. Apesar desse dia celebrar a libertação do povo da RDA, é uma data triste para a sueca Eija-Riitta Berliner-Mauer, a esposa do muro de Berlim.

Hoje é o aniversário de 20 anos da queda do Muro de Berlim. Apesar desse dia celebrar a libertação do povo da RDA, é uma data triste para a sueca Eija-Riitta Berliner-Mauer, a esposa do muro de Berlim. Não tô brincando, se você nunca ouviu falar dela, acredite, ela se casou com o Muro de Berlim em 1979, lago após ter sido diagnosticada como objectofílica – pessoa que se apaixona por objetos. A gente já leu várias matérias sobre ela, que se apaixonou pelo Muro aos sete anos, ao ver uma foto sua no jornal. Recentemente recebemos um ensaio fotográfico feito com ela chamado A Concrete Love Story, fotografado por três jovens noruegueses. Batemos um papo com eles.

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VICE: Obrigada por mandar essas imagens da Eija-Riitta Berliner-Mauer. O mundo inteiro já fez matérias sobre ela. Ela já se cansou de falar sobre o assunto ou gosta de ser o centro das atenções?
Brian Cliff Olguin: A gente na verdade foi lá para fazer um projeto para a faculdade sobre “marginilização”. A Kyrre, o Marcus e eu estudamos jornalismo documental e ela era perfeita para esse projeto.

Como era a casa dela?
Ela mora numa casa enorme no meio do nada, no Norte da Suécia. Quando chegamos lá tinha um monte de adolescentes visitando a casa para um trabalho de escola Ela fez um museu no primeiro andar da casa com maquetes, cercas, muros, todos objetos da sua paixão.

Fala sério? Ela exibe a coleção pornô dela para estudantes?
Hmmm, você que está dizendo isso. Todo mundo da região conhece ela, e parece que o museu é bem popular.

E qual é a atração principal?
Fora as maquetes do muro, diria que é a guilhotina no meio da sala. Quando ela mostrou pra gente ela se referiu a ela como “sexy”.

No site dela, ela menciona como as pessoas que tem objetofilia se sentem atraídas por objetos letais. Vocês não acharam meio bizarro andar pela casa dela?
Não, não foi não. Ela foi bem legal. Mas ela tinha uma cerca no quarto, ao lado da cama. A gente só evitou tocar na cerca, que com certeza era o amante dela.

Então ela tem relações sexuais com os objetos?
A gente perguntou isso pra ela e ela disse: “Isso é assunto meu, mas meu relacionamento é como qualquer outro”. O que dá a entender que sim. Ela não falou nada sobre a cerca do quarto em particular, mas ela com certeza tinha uma queda pela cerca do lado de fora da casa.

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Ela tá traindo o Muro de Berlim?
Bom, era um relacionamento a longa distância, então ela acabou encontrando objetos mais perto dela. Ela contou que “as pessoas também têm amantes”. Mas o muro foi o amor da vida dela.

E como funciona, ela sai por aí dando em cima de cercas e fica toda excitada com a prateleira do supermercado?
Ela disse que se sente atraída por objetos com linhas retas e verticais, como cercas e muros. Ela acha o Muro de Berlim bem mais sexy que a Grande Muralha da China porque ele é mais estreito.

A Grande Muralha da China é gorda demais para ela.
É, ela gosta de um “tipo” bem específico.

Vocês conversaram na semana passada, o que ela sente em relação ao vigésimo aniversário da queda do muro?
Ela disse que o dia 9 de Novembro foi o pior dia da vida dela, por conta do que aconteceu com o seu marido. A gente não insistiu nesse assunto porque dava pra ver que ela estava quase chorando.

Mas ela não fica feliz pelas pessoas da antiga RDA?
Não. Ela disse: “O que sinto vendo as pessoas celebrarem o 9 de novembro não é apropriado para ser publicado. Eu não celebro tragédias”. Pra ela foi um dia trágico. É muito difícil pra ela pensar que as pessoas guardam pedaços do seu marido.