Um passeio fotográfico pela primeira pista hyperloop do mundo

Na quarta-feira fui uma das primeiras pessoas a ver a pista de testes hyperloop em ação, a 35 minutos ao norte de Las Vegas, nos Estados Unidos.

Passaram-se cinco meses desde que a Hyperloop One, a única empresa do setor, começou as obras de sua pista localizada num pico tão remoto que, acredite ou não, não há nem mesmo um geofiltro do Snapchat pro local.

O teste de propulsão, feito na pista e não dentro de ambiente controlado, foi a primeira vez que pudemos ver algo de concreto com relação ao hyperloop, o "quinto meio de transporte" futurista de Elon Musk que promete coisas grandiosas como transportar pessoas a cerca de 1100 km/h por meio de um tubo parcialmente pressurizado.

O teste usou motores de indução magnética para mover um trenó de metal a pouco mais de 160 km/h pela pista. A Hyperloop One não divulgou quaisquer objetivos públicos para o teste, mas afirmou que tudo correu bem. O principal era mover o trenó – não necessariamente em alta velocidade.

A empresa se referiu ao teste de quarta-feira como um momento "pré-revolucionário" para um meio completamente inédito de transporte. Se é este o caso, será uma revolução cercada por um tantão de cactos. Enquanto não temos mais detalhes técnicos, eis algumas fotos de bastidores de um dos mais empolgantes projetos de engenharia em andamento.

Este é o começo da pista – o trenó de metal está sendo transportado por meio de motores de indução magnética localizados nas laterais da própria pista. A energia vem de geradores próximos, levados ao local de teste. Os motores "ligam" quando o trenó passa por eles. O próximo passo é que eles desliguem depois da passagem e economizem energia. "É como desligar uma lâmpada ao sair do cômodo", disse Josh Giegel, vice-presidente sênior de engenharia da Hyperloop One.

O teste de hoje contou com cerca de 200 pessoas em arquibancadas. Todos observando a pista. Na sua maior parte, eram funcionários da Hyperloop One, investidores de risco e imprensa. Na terça, a Hyperloop One divulgou ter conseguido levantar mais 80 milhões de dólares. O barracão ali é a "oficina", detalhada nas próximas fotos.

Engenheiros que trabalharam na realização deste teste assinaram um quadro branco na oficina.

A bancada elétrica.

Um close nas bancadas – alguém aí quer tentar explicar o que significa aquilo no quadro?

A oficina de pintura.

Alterações de última hora no trenó são feitas aqui.

Há um numero absurdo de placas bem interessantes espalhadas pelo local de teste.

Há também um número absurdo de tubos de ferro 3,6m de diâmetro por aí. Estes, supõe-se, seriam os tubos pelos quais o hyperloop passaria, mas no final das contas, talvez não role isso. Giegel disse que acabaram usando canos de água comuns neste momento porque a equipe queria evitar o "número de milagres seguidos" que a empresa precisaria realizar para fazer do hyperloop realidade. Ele afirma ainda que os tubos produzidos serão diferentes. De qualquer forma, havia muitos tubos espalhados pelo local de teste e eles são legais de se ver, escalar etc.

Não havia nada no deserto com exceção de uma usina de energia solar próxima. A Hyperloop One tem sua sede em Los Angeles, mas uma equipe reduzida de engenheiros passa bastante tempo aqui no meio do nada. A maior parte desta equipe dorme em Las Vegas, mas alguns acampam ou ficam em trailers no estacionamento. Um dos donos de trailers até fez uma espécie de food truck especializado em café, que fica sempre estacionado por ali. O cofundador da Hyperloop One, Brogan BamBrogan diz que o café dali "é o melhor do mundo". Não pude conferir, infelizmente.

Ei, como esse tubo subiu aí?

Com a ajuda de um trator enorme, claro.

Eis um modelo do trenó que não foi usado no teste de hoje.

Dentro de uma hora após o final do teste, desmontavam-se as arquibancadas, um telão que havia transmitido tudo já tinha ido embora e quem tinha vindo testemunhar a história sendo feita já estava de volta em seus ônibus com ar-condicionado. O próximo teste deve rolar em dezembro, quando a Hyperloop One espera poder mostrar um protótipo completo em funcionamento. Esperem por mais fotos, ok?

Tradução: Thiago "Índio" Silva