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Aumenta o número de casos de estupro, roubos de celular e de carga em SP

Dados de 2017 compilados pela Secretaria de Segurança Pública do Estado mostram aumento nos casos de violência sexual. Número de homicídios é menor que em 2016.
Imagem ilustrativa, originalmente feita para esta matéria.

O ano de 2017 registrou aumento de crimes sexuais e de roubos, de celular e de carga, em todo o estado de São Paulo. Os dados são da Secretaria Estadual de Segurança Pública, que até a conclusão desta reportagem não havia atualizado as estatísticas trimestrais do ano passado, que computam ações das policiais Civil e Militar, como a letalidade das corporações.

No ano passado, foram registrados 11.089 casos de estupro no estado, ante 10.055 no ano anterior, um aumento de 10,2% nos casos. Os estupros de vulnerável (menores de 14 anos ou pessoas com problemas físicos ou psicológicos) representam 68,3 % do total de casos computados em 2017. Porém, não é possível aferir a totalidade de abusos sexuais a vulneráveis em 2016, pois a pasta divulgou somente os casos a partir de setembro do ano passado. Considerando o período, houve 2.430 casos de estupro de vulnerável. No mesmo período de 2017 foram 2.749, representando aumento de 13%.

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Os crimes sexuais contra as mulheres também aumentaram entre 2016 e 2017 no estado. Foram 516 no ano passado e 433 no ano anterior, um aumento de 19,1%. Os estupros de vulneráveis, do sexo feminino, também aumentou de 410 para 470, um crescimento de 14,63%. Este último tipo de abuso representa quase que a totalidade dos crimes sexuais do gênero, tanto em 2016 como em 2017. No ano passado, este tipo de crime representou 91% do total e, no ano anterior, 94,6%. A VICE questionou a SSP sobre o fato dos abusos sexuais de vulneráveis serem divulgados somente a partir de setembro de 2016. Em nota, a pasta se limitou a dizer que: “A SSP esclarece que os dados a respeito de estupro de vulnerável começaram a ser divulgados no site a partir de setembro de 2016, com o objetivo de ajudar as políticas de prevenção contra esse tipo de crime”. A secretaria acrescentou que a maioria dos criminosos que abusam de pessoas vulneráveis são no núcleo familiar das vítimas e orienta para que os crimes sejam informados à polícia. Vale lembrar a importância do registro do boletim de ocorrência para que esses crimes sejam investigados e os criminosos presos”.

Roubos de celular e de carga

Os roubos em geral diminuíram entre 2016 e 2017. Foram 323.274 no ano retrasado e 303.906 no ano seguinte. Uma queda de 5,9%. Porém, roubos de carga e de celular, que ajudam a compor as estatísticas gerais de assaltos, aumentaram, respectivamente, 6,4% e 11,13%.
Segundo a SSP, foram 9.943 roubos de carga em 2016 e 10.584 no ano passado. Já a quantidade de celulares levados por criminosos saltou de 67.240 no ano retrasado para 74.730 em 2017. O “perfil de roubo” divulgado pela pasta indica que os celulares representaram 24,59% de todos os roubos realizados no ano passado e 20,80% no ano anterior. Vale destacar que de todos os assaltos registrados no estado, em 2017, 56,96% foram a transeuntes.
“Todos os crimes contra o patrimônio também sofreram redução, a exceção do roubo de carga (e de celulares), que teve esse aumento, mas vem tendo agora uma redução ao longo dos últimos quatro meses”, disse o secretário da Segurança Pública, Mágino Alves Barbosa Filho, durante a divulgação dos dados, em 24 de janeiro.

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Redução da violência

O número de homicídios caiu no estado 4,6%. Foram 3.674 pessoas assassinadas em 2016, ante 3.503 no ano passado. Os latrocínios, roubos seguidos de morte, diminuíram de 361 para 338 (-6,3%); roubos de veículos caíram de 77.949 para 67.760 (-13%); furtos de veículos diminuíram de 110.932 para 104.799 (-5,5%) e furtos em geral se mantiveram percentualmente quase estáveis (0,1%), subindo de 514.892 para 515.594.

Sobre homicídios, o secretário de segurança acrescentou que “esse número é muito significativo, que impressiona se nós compararmos com o restante do país e com algumas cidades de grande importância no cenário mundial”.

Ainda faltam números

A SSP não havia divulgado, até a conclusão deste texto, os dados referentes à letalidade das policiais Civil e Militar nos últimos três meses do ano passado.

Porém, considerando as informações disponíveis, de janeiro a agosto, em relação ao ano anterior, as corporações mataram mais. Nos nove primeiros meses do ano passado, a PM matou 630 pessoas, sendo 453 em serviço e 177 por policiais de folga. No mesmo período do ano anterior foram 403 mortos por PMS em serviço e 161 por agentes de folga, totalizando 564 óbitos – um aumento de 11,7%.

Mortes provocadas por policiais civis também subiram. Foram 29 entre janeiro e agosto de 2016, sendo 12 em serviço e 17 de folga, ante 57 do mesmo período do ano passado, com 41 mortes durante o trabalho e 16 nas folgas dos agentes. Isso representa um aumento de 96,5%.
Quando a secretaria divulgar o balanço de outubro a dezembro será possível fechar quanto sangue foi derramado por policiais em 2017 – mas a tendência é a de que esse dado infelizmente aumente.

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