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Música

Marvin

Para entender o que é o Marvin, pense no início dos anos 60, quando bandas como o The Ventures valorizavam mais uma diversão energética do que uma experiência introvertida.

Em algum momento, “instrumental” se misturou com “artístico”, e acabou sendo usado para descrever bandas de difícil classificação como Tortoise e Explosions in the Sky. Para entender o que é o Marvin, pense no início dos anos 60, quando bandas sem vocal como o The Ventures valorizavam mais uma diversão energética do que uma experiência introvertida. Esse trio de Montpellier, França, monta tons vintage de Korg de Emile Rougier – e umas pinceladas ocasionais de Vocoder – sobre os riffs distorcidos do guitarrista Frédéric Conte e do baterista Grégoire Bredel, o que rende batidas barulhentas precariamente balanceadas entre o New e o No Wave.

No espírito do melhor som dance music, o Marvin usa fundações simples como base de lançamento para tramas ricas em texturas. “Discudanse”, que inicia o álbum autointitulado de 2010 da banda (um reedição de um álbum autolançado em 2007), segue com a força de um riff triunfante que lembra Lighting Bolt fazendo uma batida consistente. O tema segue em um bate-volta intenso entre Rougier e Conte, uma  presença estilosa de Bredel e uma série de ataques de armas a laser através dos sintetizadores. O Marvin não tem vergonha dessa mentalidade DDA, isso é música para multidões, feitas pra você dançar.

Ativo desde 2003, o Marvin lançou uma série de demos e splits de 10” antes de ser descoberto pelo influente selo francês Africantape, lar de refugiados do math-rock como Big’n e Oxes e seus descendentes franceses, como o Papaye. Marvin se mistura bem com esse público tão específico – Marvin foi, afinal, gravado pelo parceiro de Steve Albini, Lionel Darenne –, mas a felicidade elétrica da banda traz um diferencial. A banda do Rougier, Conte e Bredel tem tanto apelo para aqueles que curtem uma festa bacanuda em um apartamento abandonado como para os colecionadores de disco. Instrumental? Claro. Rarefeito? Nem de longe.

 - Palavras por Hank Shteamer.

Para mais Marvin acesse Noisey.