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O filho da Vivienne Westwood vai torrar sua herança de US$7 milhões de dólares pra provar que o punk não morreu

Não satisfeito, o herdeiro tenta convencer outras pessoas a destruir suas relíquias punk no próximo dia 26 de novembro.

Foto via Flickr.

Esta matéria foi originalmente publicada no i-D

Quando os Sex Pistols gravaram a polêmica letra "God save the queen / The fascist regime… God save the queen / She ain't no human being" em 1976, eles dificilmente imaginavam que um dia a rainha daria sua benção para uma celebração do punk. Mas é exatamente isso que aconteceu enquanto Londres aguarda o aniversário oficial de 40 anos do gênero anti-establishment, no dia 26 de novembro deste ano. O British Film Institute, a Biblioteca Britânica, o Design Museum, o Instituto de Arte Contemporânea, o Museu de Londres, a Photographers' Gallery, Rough Trade, o Roundhouse e a Prefeitura de Londres também juntaram forças para bancar o evento com mais, digamos, establishment.

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Sem surpresa, algumas pessoas acham que o Punk London 2016 é tão punk quanto o guia de festa punk rock da Martha Stewart ou um pacote de fraldas do Sex Pistols. Uma das pessoas que ironiza o rolê é Joe Corré, fundador da Agent Provocateur e filho da decana da moda punk Vivienne Westwood. Corré planeja comemorar o dia 26 de novembro queimando sua coleção de objetos punk estimada e US$7 milhões de dólares [algo em torno de R$ 28 milhões].

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"O fato de a Rainha ter dado a 2016, o Ano do Punk, sua benção oficial é a coisa mais bizarra que já ouvi", disse Corré no comunicado de imprensa mais punk já publicado. "Isso é o mainstream se apropriando da cultura alternativa e do punk. Em vez de ser um movimento pela mudança, o punk se tornou uma maldita peça de museu ou um show de homenagem".

Corré parece ter ficado particularmente puto com o investimento de US$140 mil dólares [em torno de R$ 560 mil] que o festival recebeu da loteria britânica, e continua convencido que o espírito punk real é mais necessário que nunca. "Um mal-estar geral se estabeleceu sobre o público britânico", diz o herdeiro. "As pessoas se sentem anestesiadas, e com isso vem a complacência. As pessoas não sentem mais que têm voz. A coisa mais perigosa é que o povo parou de lutar pelo que acredita. As pessoas pararam de perseguir o sonho. Precisamos explodir a merda toda de novo".

O herdeiro termina o comunicado pedindo que outros anarquistas do Reino Unido se juntem a ele na destruição de suas coleções punk nessa data sagrada.

Tradução: Marina Schnoor

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