Pedalando gostoso: duas brasileiras criaram um banco de bicicleta que pode te fazer gozar
Foto: Jenny Choe

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Sexo

Pedalando gostoso: duas brasileiras criaram um banco de bicicleta que pode te fazer gozar

Taí um acessório cheio de "boas vibrações".

Irrompe das cortinas vermelhas do mercado erótico uma nova possibilidade para andar de bicicleta: Annie, um selim vibratório feito artesanalmente em terras brasileiras. Em fase de lançamento, o dispositivo criado pela paulistas Brunna Rosa, 30, e Gabriela Sandoval, 41, consiste em uma espécie de capinha que se encaixa em qualquer banco de bike (e, muito provavelmente, embaixo de qualquer pélvis). Dentro dela, mora o triunfo do deleite: uma cápsula vibratória.

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Brunna, que atualmente mora em Brasília (DF), comanda a FluidLab, uma marca que presta curadoria de brinquedos eróticos com pegada feminista. "Trabalhamos com saúde e prazer. Não é só 'como vou segurar meu marido no casamento'", explica. Em uma recente viagem de volta ao mundo, substituindo os principais pontos turísticos por sex shops, ela se assustou com a disparidade de produtos voltados para homens e mulheres quando comparado ao mercado brasileiro. "Aqui, tudo é muito voltado para o prazer do homem, e esse prazer é construído em cima de uma cultura pornô heteronormativa bem questionável, porque a mulher está sempre numa posição subalterna, submissa, pra dar prazer", detalha.

No bolsinho traseiro da Annie fica o controle pra ajustar a velocidade da vibração. Foto: Jenny Choe

A vontade de criar um selim que pudesse deixar os trajetos mais coloridos já martelava há algum tempo, mas só foi colocada em prática quando Brunna se juntou a Gabriela Sandoval, proprietária da marca Mala de Garupa, que produz acessórios para bicicletas. "Achei a ideia ótima, super empoderadora para as mulheres. Topei na hora e partimos, então, para estudar o design e o material para a confecção", relembra Gabriela, que também mora em Brasília.

"A Mala de Garupa trabalha com uma cooperativa de costureiras da cidade-satélite Estrutral, que tem um dos IDHs (Índice de Desenvolvimento Humano) mais baixos e é movida a bicicleta", pontua Brunna. Como boa parte das costureiras é evangélica, rolou uma conversa saudável antes que o produto começasse a ser fabricado. Gabriela afirma que a ideia, agora, é trocar mais experiências e informações com as profissionais da costura. "[Queremos fazer] oficinas sobre ginecologia natural ou outras de interesse para naturalizar mais o produto no universo delas", declara.

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O controle da Annie, a capa para banco de bicicleta que vibra. Foto: Jenny Choe

Aparentemente, não é só a mulherada que tem desfrutado dos benefícios da Annie. Suas criadoras relatam que, em uma festa, uma bicicleta com o selim vibratório ficou à disposição de quem quisesse testá-la e alguns caras curtiram. "Eles falaram que é muito bom e que faz 'massagem nas bolinhas'", recorda Brunna.

O brinquedinho custa R$ 179, funciona com duas pilhas AA e traz dois tamanhos de cápsula vibratória: 3 ou 5 cm - o que não interfere na intensidade da vibração. Cabe a quem for utilizá-lo decidir se prefere a cápsula maior ou menor. A capa traz um bolsinho traseiro onde fica o controle. Lá, é possível ajustar a velocidade da vibração. Já o nome do dispositivo homenageia Annie "Londonderry" Cohen Kopchovsky, conhecida por ser a primeira mulher a dar a volta ao mundo de bicicleta, entre 1894 e 1895.

Foto: Jenny Choe

Brunna confessa que a produção deu trabalho – e que provavelmente esse tipo de produto já exista em outros cantos do mundo –, mas os frutos recém-colhidos em terras brasileiras são positivos . "As pessoas pararam pra pensar: 'Porra, será que posso gozar mais?.' Com naturalidade, sem ser uma coisa forçada."

Pra quem se preocupar com um provável excesso de umidade, eis uma ótima informação que foi, propositalmente, deixada para o final: a capinha da Annie pode ser retirada e lavada.

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