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Entretenimento

Por que 'Sex Education', da Netflix, não é só sobre masturbação e sexo

A série explora como uma geração que cresceu com pornô hardcore tem que aprender a se amar.
Madalena Maltez
Traduzido por Madalena Maltez
MS
Traduzido por Marina Schnoor
foto de sex education netflix
Imagem cortesia da Netflix.

Das muitas coisas que a nova comédia da Netflix Sex Education poderia conseguir, a principal é acabar com a noção que é legal ter uma “mãe legal”. É com isso que o adolescente de 16 anos Otis, interpretado por Asa Butterfield, tem que lidar – uma mãe que é terapeuta sexual. E a coisa não vai muito bem. Otis tem problemas com o lance de perder a virgindade, ou até se masturbar, provavelmente por causa da insistência dos pais em falar sobre a sexualidade dele em todos os momentos possíveis (graças a Deus que a maioria dos pais não começa o café da manhã perguntando “Filho, acabei de notar que você está fingindo se masturbar”).

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Tipicamente, o quadradão Otis tem um crush na “bad girl” Maeve (Emma Mackey), que consegue seduzi-lo para fazer o que ele mais odeia – dar aulas de terapia sexual para seus colegas azarados da escola. O que se segue é uma ladainha de reclamações hilárias, mas com as quais é muito fácil se identificar, desde não saber como dar prazer sexual a alguém, não saber como fazer um boquete, até ter um pau grande demais. OK, essa parte é uma das histórias mais difíceis de comprar – não sei se isso aí é realmente um problema. Bom, acompanhar Otis e seu melhor amigo Eric (Ncuti Gatwa) rodando sua cidadezinha britânica obcecada por sexo é muito legal, o que torna a série muito suja mas também estranhamente tocante.

A genialidade da série é que, enquanto tem muita conversa sobre tesoura lésbica e anal, ela realmente te faz pensar sobre relacionamentos e intimidade, ou a falta disso. Sex Education explora como uma geração que cresceu com pornô hardcore tem que aprender a se amar, dentro e fora do quarto (ou em banheiros abandonados, seja lá onde a garotada faz as putarias agora). E isso não quer dizer que os adultos ficam de fora – vemos Anderson tentando lidar com o fato de seu filho ter 16 anos e não ser particularmente charmoso, e seu próprio desejo de intimidade e não apenas sexo. Com educação sexual de verdade sob ameaça em muitos lugares atualmente, parece uma boa hora para ouvir o que os terapeutas sexuais Jean e Otis têm a dizer sobre nós.

Se você ainda não assistiu, dá uma sacada no trailer:

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