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Drogas

Para Anvisa, maconha causa dependência comparável à heroína

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária deu parecer contrário à liberação da maconha medicinal no país.
Foto via usuário do Flickr Rusty Blazenhoff.

Se você achava que a adição da Cannabis Sativa na lista de fármacos da Anvisa em maio passado representava algum avanço na discussão sobre a regulamentação da erva no país, está errado. A Anvisa deu parecer contrário à liberação da maconha medicinal ao país em documento entregue ao Supremo Tribunal Federal na última quinta-feira (20).

Para a agência reguladora, é perigoso liberar o plantio e cultivo, apontando até mesmo o risco de desvio do produto para uso recreativo. A denominação da Cannabis como "planta medicinal" em sua Farmacopeia abriu espaço apenas para indústria utilizar componentes da planta em remédios. Em janeiro de 2017, a Anvisa aprovou o registro de um medicamento à base de maconha pela primeira vez no Brasil. A agência também simplificou a importação de fármacos à base de canabidiol, mediante prescrição médica.

No caso do plantio e consumo da planta em tratamentos médicos, a decisão da agência é de cautela. No documento da Anvisa ao STF, como informa o jornal O Globo, a agência diz que a maconha é "uma planta com conhecida utilização indevida / recreativa, devendo-se garantir o acesso para fins científicos e medicinais de forma supervisionada e controlada, minimizando-se assim o risco à saúde e de desvio de uso". A agência listou também riscos à saúde em decorrência do consumo da planta. "Ademais, o uso crônico de Cannabis pode levar ao desenvolvimento de vício psicológico e síndrome de abstinência comparáveis ao vício à heroína."

O documento da Anvisa foi preparado a pedido da ministra Rosa Weber, que, no dia 30 de junho, deu dez dias para Presidência da República, o Senado Federal, a Câmara dos Deputados e a Anvisa se manifestarem sobre a maconha medicinal. O STF, no entanto, está em recesso.

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