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Música

De Michael Jackson ao Glam Rock japonês: 10 documentários sobre música que você precisa ver em 2016

Depois de 'Amy' e 'Montage of Heck' ano passado, 2016 também promete ser um bom ano para o mundo dos docs musicais.

Cena do documentário ainda inédito We Are X

Ao passo em que janeiro começa a engrenar, o mesmo ocorre com o Oscar, a celebração anual do melhor no cinema. Quem será esnobado este ano? Será que o heroísmo barbado de Leonardo DiCaprio finalmente lhe garantirá aquela estatueta que deveria ter levado por Diário de Um Adolescente nos anos 90? Será que Aliança do Crime de Johnny Depp passará batido como os resmungos do seu colega de quarto de ressaca que não consegue pegar no sono naquela manhã de domingo? Todas questões importantíssimas. Mas, caceta, somos o Noisey.com e não o Rubens Ewald Filho. Logo, já que não vamos nos refestelar verbalmente sobre os efeitos visuais de Homem-Formiga, janeiro nos traz a chance de ansiar pelo que rolará na intersecção entre os mundos dos filmes e música.

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Ano passado, tivemos dois documentários muito bem recebidos: Amy e a loucura de acervo de Kurt Cobain Montage of Heck. E 2016, pelo visto, não será diferente. Tem coisa boa vindo por aí. Spike Lee dirigindo uma exploração pelos primórdios de Michael Jackson? Claro. Uma espiada no mundo de um rapper norueguês que tenta ficar famoso mandando rimas em uma língua que só 20 mil pessoas falam? Por que não? Um documentário da Missy Elliot? Se os rumores forem sérios, vai rolar mesmo. E mesmo que não role, os próximos doze meses serão uma verdadeira incursão na tumba sagrada do documentário musical, simplesmente porque tem muita coisa boa a caminho.

Com isso em mente, e de forma a deixar todo mundo salivando como um cachorro, eis uma lista dos melhores documentários que sairão neste ano de 2016.

TURN IT AROUND: THE STORY OF EAST BAY PUNK

A cena surgida da região de East Bay em San Francisco revelou bandas como Green Day, Rancid e AFI para o mundo na forma de superestrelas punk. O filme em questão foca nos meados dos anos 80 e no coletivo da 924 Gilman Street, que ajudou a parir a carreira de gente como Billie Joe, e como sua atitude pacífica e sóbria em relação ao rock e ao faça-você-mesmo foram a fagulha para um movimento que ainda influencia e lidera festivais hoje em dia. Com o próprio Green Day em meio à produção, parece que não sobrará pedra sobre pedra. Peraí, como assim isso soa como um documentário horrível? Está cada vez mais difícil negar o impacto cultural que a cena punk de East Bay teve na época. Então, não deixe esse filme passar só porque agora aos 20 e poucos anos você se arrepende de ter passado três meses decorando as letras do Dookie. O filme ainda conta com todo mundo desde Kathleen Hanna e Miranda July a Iggy Pop e Ian Mackaye.

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SCORE: A FILM MUSIC DOCUMENTARY

Não sei vocês, mas piro em trilhas sonoras de filmes. Blade Runner? Demais. Toy Story? Mete ficha. Meu mano Randy Newman manda muito. Cite Drive com Ryan Gosling e há a chance de eu sentir calafrios, resultado da minha mente trazendo “Real Hero” do College à tona. Acho que o que estou dizendo é o seguinte: trilhas podem ser coisa de nerd, mas também são excelentes discos. Nascido a partir do gosto do diretor Mark Shrader pelos extras dos DVDs de Batman — Cavaleiro das Trevas e Procurando Nemo que focavam na trilha dos filmes, este documentário financiado via Indiegogo trata daquilo que toca ao fundo dos seus filmes favoritos. Hans Zimmer, Howard Shore e John Williams todos presentes (Gladiador; Senhor dos Anéis; Star Wars, respectivamente).

FOREST HILLS DRIVE: HOMECOMING

Seria J Cole um gênio introspectivo do rap? Ou ele seria apenas o cara metido a descoladão empreendendo a jornada nerdalha rumo ao pico em que todo cabeça do hip-hop usuário de Reddit nasce? Este documentário da HBO provavelmente não resolverá nenhum dos conflitos em torno da megaestrela mais polêmica das paradas do hip hop, mas será um puta aprendizado. Usando como ponto de partida o show de 2015 em sua cidade natal, o documentário traça a vida do rapaz de Fayetteville desde quando usava fraldas até os dias de hoje. Com participações de Jay Z e Drake (a essa altura um nome grande o bastante para atrair espectadores), é o melhor olhar na vida do homem que pode ou não ser o maior (acontecimento para os nerds).

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FREE TO ROCK

Tendo como princípio o Monsters of Rock de 1991 no Aeródromo de Tushino, no nordeste de Moscou, Free to Rock examina o papel do rock’n’roll na derrubada da Cortina de Ferro. Jimmy Carter e Mikael Gorbachev soam como a pior dupla de DJs de todos os tempos, mas no papel de porta-vozes eles chamam atenção o suficiente para vender este documentário como algo melhor que a média do Eu Adoro os Anos 90 que a BBC3 faz. Além disso, Kiefer Sutherland é o narrador.

MAKING JESUS FAMOUS: LIFE BEHIND THE JESUS MUZIK

A presença da religião no rap vai longe, até Grandmaster Flash e “The Message”: “Deus está sorrindo pra você, mas preocupado também / Porque só Ele sabe o que você passará”. Mas há uma diferença entre falar sobre o Cara Lá de Cima e pregar sobre o Cara Lá de Cima. Making Jesus Famous explora os atos religiosos nos EUA: pegar a cultura do hip hop, meter uma mensagem cristã e levar pras ruas.

MICHAEL JACKSON'S JOURNEY FROM MOTOWN TO OFF THE WALL

Spike Lee brincou com Michael Jackson anteriormente: o filme Bad 25, que documentava a criação do disco Bad, de Jacko. Mas desta vez, Lee volta a Off The Wall, o primeiro disco realmente memorável de onde vieram hits como “Rock With You” e “Don’t Stop ‘Til You Get Enough”. Nem mesmo o trailer foi divulgado abertamente, com exibição exclusiva no Festival de Sundance de 2015, mas a sinopse afirma que “explorará o seminal disco, com imagens raras e entrevistas dos envolvidos e cujo sucesso e legado tiveram impacto em suas vidas”. Meio que todo mundo. Ansioso pela parte em que entrevistam todos os artistas que tentam criar sua carreira ao imitar MJ!

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WE ARE X

Imagem via We are X no Facebook

Os caras do X Japan provavelmente não ficariam putos se sugeríssemos que a maioria dos leitores do Noisey nunca tinha ouvido falar deles até agora. Ainda sim, de alguma forma, estes propagadores de uma miscelânea em neon de glam rock e heavy metal estão por aí há 30 anos ou mais, vendendo uns 30 milhões de discos enquanto isso. Ah, e como as boas e velhas bandas de rock de outrora, eles lutaram com todos seus demônios pessoais e espirituais até chegarem ao nível atual de lotar estádios. Com fãs no nível dos Beatles, este documentário que conta com a participação de Gene Simmons conta a história da maior banda japonesa que você nunca ouviu falar.

FLASHBACK: THE HISTORY OF UK BLACK MUSIC

A lista de entrevistados de Flashback parece um quem é quem de partidários da música negra britânica, de Norman Jay a Eddy Grant a Jazzie B e, claro, Trevor Nelson. O filme foca na experiência dos artistas afro-caribenhos e os preconceitos que sofreram na indústria, e as mudanças políticas e sociais ocorridas para garantir que o Reino Unido hoje tenha uma das cenas musicais multiculturais mais prósperas do planeta.

ARCTIC SUPERSTAR

Nils Rune nasceu no minúsculo vilarejo de Masi, no sul da Finlândia, com seus 350 habitantes. Ao crescer idolatrando Eminem, ele sonhava em se sustentar rimando em sua língua nativa. Não é nada absurdo, você diria, até descobrir que o tal dialeto é o Sami; falado por apenas 20 mil pessoas. O documentário acompanha Nils — nome artístico Slin Craze — enquanto luta contra seus demônios linguísticos em busca da carreira de seus sonhos. Como a tagline diz “100 palavras para neve e nenhuma para ‘Yo!’”.

EAT THAT QUESTION: FRANK ZAPPA IN HIS OWN QUESTION

A posição de Frank Zappa como um desregrado gênio musical segue praticamente incontestada e este documentário se vale de entrevistas na TV para explorar os muitos lados de seu caráter dentro da telinha e fora dos palcos. Tenha em mente que este foi um homem que lutou contra o establishment norte-americano por suas tentativas de censurar a música, foi um dos principais críticos da ‘Guerra às Drogas’ e até mesmo atuou brevemente como embaixador cultural da República Tcheca. Então, músico somente é que ele não foi.

Tradução: Thiago “Índio” Silva.