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Preso por suspeita de terrorismo morre após ser espancado na prisão

Valdir Pereira da Rocha cumpria prisão em presídio federal no Mato Grosso, foi espancado por presos e teve morte cerebral decretada seis horas após ser socorrido.

Crédito: Divulgação.

Antes de todo o fervor das Olimpíadas do Rio, em julho deste ano, um esquema da Polícia Federal pegou todos de surpresa: a Operação Hashtag, criada para investigar supostas movimentações terroristas no Brasil, ação anunciada pelo espetaculoso ministro da justiça Alexandre de Moraes muito disposto em fazer o mundo todo acreditar que o Brasil encontrava e prendia terroristas. Não à toa, a Hashtag foi o primeiro caso no país em que a Lei Antiterrorismo foi aplicada.

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Após investigações em mais de 10 estados, um grupo formado por dez integrantes brasileiros foi desarticulado após um deles negociar uma AK-47 com um comerciante ilegal do Paraguai e estava sendo averiguado alguma ligação com o Estado Islâmico. Ao todo, foram presos 12 suspeitos por planejarem ataques nas Olímpiadas, ainda que as informações das autoridades fossem um tanto desencontradas entre si.

Um desses presos era Valdir Pereira da Rocha, de 36 anos, que se entregou à Polícia e foi encaminhado para o presídio federal de Campo Grande, assim como os outros presos na operação. Cumprindo o mandado, ele teve a prisão revogada, mas um juiz do Mato Grosso mandou prendê-lo novamente pela condenação por roubo e homicídio em 2002.

LEIA: Por que só agora o Ministério da Justiça resolveu se importar com grupos de ódio no Brasil?

Na última sexta-feira (14), no entanto, Rocha teve morte cerebral após ser espancado por detentos dentro da Cadeia Pública de Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá. Segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), o detento chegou a ser atendido pelo Pronto-Socorro de Várzea Grande, mas sua morte foi decretada seis horas depois de sua chegada ao hospital.

A Sejudh investiga se Valdir foi agredido por colegas de cela ou se a entrada de outros detentos foi facilitada. Segundo informações, a Cadeia Pública de Várzea Grande tem hoje aproximadamente 348 detentos — a capacidade da prisão é de 350 presos.

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