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A Judith Butler foi perseguida no aeroporto de Congonhas

Prestes a embarcar para os EUA, a filósofa foi hostilizada por um minúsculo grupo de manifestantes.
Foto: Divulgação.

Este post foi atualizado, no dia 10 de novembro, às 17h.

"Se alguém achou que iríamos deixar Judith Butler sair do Brasil sem ouvir a verdades (sic) se enganou." Apesar de não estar presente, o ex-ator pornô e militante da nova extrema direita brasileira Alexandre Frota se sentiu representado e anunciou o feito em seu Twitter. Poucos militantes hostilizaram a filósofa norte-americana, nome conhecido por falar sobre a teoria queer, no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, na manhã desta sexta (10).

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Em vídeo postado no Facebook, é possível ver Judith no check-in, enquanto manifestantes cercam seus movimentos.

É possível ouvir, no vídeo, manifestantes dizendo que irão se aproximar com placas. "Tamo aqui, pra pegar ela aqui no aeroporto", diz o autor do vídeo. Por volta dos sete minutos, manifestantes com placas dizem que "Judith Butler não é bem-vinda no Brasil".

Ao longo do vídeo, Bultler (de calça e camisa pretas) sai de cena e segue para o embarque, enquanto uma mulher que a acompanha continua sendo hostilizada. Teriam os manifestantes se confundido?

Seguranças se aproximam, e uma mulher negra acusa uma senhora manifestante de racismo.

Tuítes deram conta de que Butler teria sido agredida por Celene de Carvalho, uma militante da direita que já protagonizou cenas lamentáveis, como a que aparece agredindo um jovem, na Livraria Cultura, em São Paulo, durante uma palestra de Fernando Haddad. Fontes ouvidas pela VICE não confirmam a informação.

Segundo duas pessoas ouvidas pela reportagem, o ânimo entre os manifestantes se acirrou. Uma senhora, que carregava uma placa contra a filósofa, teria agredido outra pessoa sem atingir Judith.

A VICE ouviu uma fonte que acompanhou a manifestação em Congonhas. Ela afirma ter sido agredida por Celene de Carvalho. "Virei para falar algo e a mulher [Celene] falou 'sai daqui, vc não tinha que estar aqui' e me bateu com toda força com o cartaz bem no rosto." A fonte, que pediu para não ter seu nome revelado, prestou queixa na delegacia de Congonhas.

Uma fonte confirmou que nenhum militante encostou em Judith Butler, que recebeu assistência da equipe do aeroporto.

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