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Tecnologia

O segurança que hitou na web por que ficou seis meses filmando seus próprios peidos

“Paul Flart”, o homem, a lenda peidorreira do Instagram, infelizmente acabou sendo demitido do hospital na Flórida que servia de fundo para sua arte.
Screenshot via Instagram

A mais recente estrela viral da internet é um segurança de um hospital da Flórida que passou seis meses postando seus peidos no Instagram. Agora, o homem de 31 anos está prestes a transformar seu sucesso instantâneo numa marca lucrativa que pode ser resumida pela sua bio no Instagram: A Autoridade em Peidos.

Seu primeiro nome é Doug (ele não quis dar seu sobrenome para a VICE, nem o nome do hospital), mas o cara comum parecido com o Kevin James é conhecido em sua conta com 20 mil seguidores no Instagram como Paul Flart, uma homenagem fedida ao segurança de shopping Paul Blart. Na semana passada, uma compilação em vídeo de seus melhores cafutes teve 374 mil visualizações depois de disparar para o topo do fórum r/videos no reddit. Agora ele tem seguidores pelo mundo todo. “É algo que transcende todas as línguas. Não preciso de tradução, é simplesmente engraçado”, ele disse a VICE por telefone.

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Para quem consegue passar pela saga de quase dois minutos de sirenes anais, é difícil não começar a analisar os diferentes aspectos da obra gasosa de Flart. Elas variam de tiros curtos, como batidas de caixa, a longos e sonoros bofes. Muitos dos comentários no YouTube para o vídeo são deixados por nojo, mas geralmente são concluídos dizendo que a pessoa rolou de rir. “É tipo ouvir um audiobook romântico narrado por Terrence & Phillip”, registrou um comentarista, citando os personagens canadenses de South Park.

Tudo começou quando Flart mudou de Nova Jersey para a Flórida para ajudar a mãe depois que o pai faleceu. Ele notou que havia muitos trabalhos de segurança na cidade, e decidiu conseguir uma licença para atuar na área. O trabalho no hospital foi o segundo dele no negócio, e ele diz que o gerente gostou tanto de sua personalidade engraçada que quis que ele fosse o primeiro ponto de contato com os visitantes. Ele é charmoso pelo telefone, e é fácil imaginá-lo oferecendo uma recepção agradável num lugar que pode gerar ansiedade como um hospital. “Estou sempre fazendo as pessoas rirem”, ele disse. Ele foi das patrulhas no local para a mesa da recepção, onde havia muitas horas vagas entre os momentos de maior movimento.

Durante um desses momentos sossegados do seu turno, Flart teve uma epifania. “O saguão tinha uma acústica muito boa, e naturalmente, todo mundo peida. Um dia soltei um peido bem legal e som foi ótimo, então da próxima vez que aconteceu eu gravei e mandei para o chat do meu grupo”, ele disse. Os amigos de Flart adoraram, e sugeriram que ele levasse seu show para a supervia da informação. Eles o ajudaram a bolar nomes até que Paul Flart foi sugerido e acabou pegando.

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No dia 25 de março de 2018, ele postou seu primeiro pum no Instagram. Por seis meses, ele peidou durante seus turnos no hospital, publicando cada um deles para um público pequeno mais leal que cresceu para 500 seguidores no Instagram. Aí, assim como sua flatulência, sua contagem de seguidores explodiu.

Em 19 de agosto, Flart pulou de 500 seguidores para 5 mil. Como? Seus vídeos foram compilados e publicados nas contas das redes sociais do popular site de interesses masculino Barstool Sports. Menos de uma semana depois, ele tinha quase quadruplicado esse número. Os comentários de seus seguidores são devotados a descrever entusiasmadamente cada cena. “Só um peidim”, escreveu @ceytsprivetdrv em um deles. “Esse foi um peido molhado”, disse eloquentemente @nick_drumtechnick em outro.

Flart disse que desde a explosiva ascensão de seguidores, o feedback em suas DMs ficou ainda mais pessoal. “Tem pessoas da Holanda, Alemanha e Reino Unido me mandando DMs, dizendo que essa é a coisa mais legal. Que isso animou o dia deles. Algumas pessoas dizem que tiveram uma semana de merda, e que quando acharam meus vídeos não conseguiam parar de rir e ficaram mais felizes, que isso trouxe alegria a elas, o que acho incrível. Quer dizer, é pra isso mesmo que estou aqui. Eu não poderia querer algo melhor”, ele disse. “Hum, teve esse cara, e tenho certeza que ele estava brincando, mas ele disse 'Parei de usar heroína por sua causa'.”

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Fama, claro, não vem de graça, e Flart já pagou o preço. Quando ele chegou no trabalho numa manhã de quinta-feira, pediram que ele entregasse o distintivo e o uniforme que se tornaram peças icônicas de sua peidarte. Ele transmitiu sua demissão ao vivo no Instagram…

A filmagem acima poderia ter saído direto de Como Enlouquecer Seu Chefe. O supervisor pede para ele parar de gravar. Ele se recusa calmamente. O supervisor aponta que ele violou a política da empresa de segurança sobre usar celular no trabalho “num número incomum de vezes”. Além disso, ele tinha se filmado usando o uniforme da empresa na propriedade de um cliente. Flart não nega nada, se recusa a assinar o relatório detalhando seu comportamento — “Isso é irrelevante a essa altura do campeonato” — e vai embora.

Flart estava tão calmo porque já estava pensando no próximo passo de sua carreira viral. “Meu pensamento agora é surfar essa onda e ver onde as coisas vão”, ele disse. Ele já está fazendo merchandise Paul Flart. Ele tem uma conta no Patreon. Ele alistou amigos que fazem clipes e design gráfico para ajudá-lo a chegar na próxima fase. Ele imagina que é questão de tempo até começar a receber cartas de empresários de astros virais, como Sam Leigh, que gerencia a carreira de Roy Purdy.

“Vivemos numa sociedade onde essa é a coisa mais popular agora, mas na semana que vem, a menos que eu faça mais disso, não vai ser mais nada”, ele disse. “Vamos continuar criando conteúdo. Podemos fazer Paul Flart sair de férias, sabe, jogar uma camisa havaiana e um chapéu nele e sair peidando pela Flórida. Vamos continuar.”

Doug descobriu quem ele realmente é: ele é Paul Flart. Como diria André Gide, talvez seja melhor ser demitido por ser quem você é do que empregado por ser quem você não é.

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Matéria originalmente publicada na VICE US.

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