VICE 360 Por dentro da torcida do Palmeiras

Do lado de dentro do estádio: bexigas brancas, cantos ensaiados, aplausos, óculos escuros e cabelos impecáveis; do lado de fora, fumaça verde, bateria, latas de cerveja, cheiro de erva, muitos bebaços, gente sem camisa, tattoos, gritos de guerra. Tudo parecia festa, mas também havia o caos.

Como muitos times mundiais que se modernizam, o Palmeiras vive momento de conflituosas vitórias: enfrenta, junto das glórias nos gramados, a elitização das arquibancadas.

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Sua torcida, de uns anos para cá, teve que mudar de cara. Com os cofres cheios e de estádio novo, o clube se aproveitou da boa condição financeira de muitos dos seus sócios para, nas duas últimas temporadas, elevar o custo dos 40 mil assentos para o jogo. Quem vai à Arena, agora, é uma galera que pode arcar com os altos preços dos ingressos – contra o Botafogo, dia 20 de novembro, a meia-entrada mais barata custava R$ 65. Aqueles que não podem pagar o preço ficam do lado de fora e tentam, na medida do possível, organizar uma festa paralela, improvisada.

Na reta final do Brasileiro, a separação de público ficou ainda mais nítida: empolgados com a campanha vitoriosa e sem grana para entrar, milhares de torcedores das antigas se acotovelaram na região do estádio para acompanhar os jogos em bares e ruas dos arredores da Arena. Eles se juntaram às uniformizadas e a outros moradores da região para embalar a festa regada à bebida, reclamações – não seria Palmeiras sem elas – e som alto.

Em um fim de semana desses, nós da VICE Sports acompanhamos o jogo do clube alviverde para sacar quem são as pessoas que fazem a festa acontecer – dentro e fora do estádio – e transformam o bairro da Barra Funda no único e genuíno bairro verde de São Paulo. Trata-se de um recorte honesto de como o futebol brasileiro evolui e, mais do que isso, mostra como o sucesso na modalidade está diretamente associado a um só fator: grana.

Assista ao vídeo logo abaixo: