Todo dia 15 de agosto, cristãos ortodoxos de todo o mundo engatinham até a igreja de Nossa Senhora de Tinos, na Grécia. Sim, você leu direito: assim que desembarcam dos navios no porto de Tinos, muitos fiéis caem de joelhos e começam uma difícil jornada até a igreja. O objetivo deles é tocar a imagem sagrada da Virgem Maria, que fica dentro da edificação e que teria poderes milagrosos segundo os devotos.
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Muitos creem que a imagem é obra de São Lucas. Segundo a lenda, seu paradeiro era desconhecido até o primeiro dia da criação do moderno Estado grego. Nesse dia, a Virgem Maria visitou Santa Pelágia (na época, uma simples freira) e revelou onde a imagem estava enterrada. Nossa Senhora de Tinos acabou declarada padroeira da Grécia e fundos foram coletados em toda a nação para construir uma igreja para abrigá-la. A primeira peregrinação aconteceu em 1823 e, desde então, é considerada a maior da Igreja Ortodoxa Grega.
Neste ano, decidi visitar Tinos e ver a peregrinação com meus próprios olhos. Eu tinha ouvido descrições do que acontecia na ilha, mas achava que algumas histórias eram exagero. Eu estava errado. Assim que saí do barco, me vi cercado por idosas rumando de joelhos até a colina onde fica a igreja.Os fiéis geralmente fazem uma promessa à santa na esperança de ter suas preces atendidas. Os pedidos mais comuns são boa saúde ou curas milagrosas; outros são mais prosaicos, como passar numa prova.A peregrinação tem sido criticada por ter se tornado um grande negócio para a ilha, e o site da igreja faz pouco para desmentir essa noção: "Nossa Senhora de Tinos opera como uma empresa pública, sob supervisão do Ministério da Educação e Assuntos Religiosos… os custos anuais são revisados e aprovados pela Corte Grega, enquanto o orçamento e as contas são submetidos para revisão e aprovação dos Ministérios da Educação e Finanças".
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Políticos frequentemente também fazem a viagem anual – e 2015 não foi diferente. O presidente da República Helênica, Prokópis Pavlópoulos, e o ministro da Defesa Nacional, Pános Kamménos, apareceram neste ano. Mas, não, eles não engatinharam até a igreja.
Os peregrinos que ficam sem energia são ajudados por outros.
Os fiéis engatinham ou andam sob a imagem sagrada.
Uma mulher reza dentro da igreja.
O calor insuportável e a estrada íngreme tornam a jornada ainda mais difícil.
Alguns fiéis dormem em frente à igreja para serem os primeiros a rezar pela manhã.
Muitos fazem a peregrinação de joelhos.
Essa mulher passou quatro horas engatinhando até a igreja.
Fiéis esperam a imagem de Nossa Senhora de Tinos passar.
Uma mãe e seu filho nadando no porto da cidade.
Alguns esperam a noite toda para ver a imagem.
Outros dormem dentro da própria igreja.Tradução: Marina Schnoor