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Adolescente alemã que fugiu para se juntar ao ISIS pode enfrentar pena de morte

O primeiro-ministro iraquiano disse que jovens recrutas pelo Estado Islâmico, como a adolescente de 16 anos, “são responsáveis pelas ações do grupo”.
MS
Traduzido por Marina Schnoor

Esta matéria foi originalmente publicada no Broadly .

"Só quero sair daqui", disse a colegial de 16 anos alemã Linda Wenzel para os canais NDR e WDR e para o jornal Sueddeutsche Zeitun, logo depois de ser capturada pelas forças do governo iraquiano.

Imagens perturbadoras mostram Wenzel sendo arrastada do porão de um esconderijo do ISIS na cidade de Mossul. Ela grita enquanto espectadores comemoram sua captura. A adolescente — que tinha apenas 15 anos quando fugiu de sua casa perto de Dresden depois de ser recrutada por um membro do ISIS pela internet — agora pode encarar a pena de morte se condenada sob a lei de terrorismo do Iraque.

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O primeiro-ministro iraquiano Haider al-Abadi disse à Associated Press que a questão está nas mãos do judiciário iraquiano, mas que a idade de Wenzel não deve ser um atenuante na sentença.

"Há aquela adolescente", ele disse, se referindo a Wenzel. "Não tenho certeza da idade. É uma questão de agir conforme a lei. Mas não temos um problema com crianças e adolescentes, isso depende do que eles fizeram… Adolescentes, segundo certas leis, são responsáveis por suas ações, especialmente se o ato é uma atividade criminosa, quando se trata de matar inocentes."

O Iraque diz que vai julgar todos os combatentes estrangeiros de acordo com suas próprias leis, ainda que governos europeus possam tentar extraditar seus cidadãos que enfrentariam as acusações em sua nação de origem.

"Não sinto que ela entende o que fez, e o que pode estar esperando por ela, seja no Iraque ou na Alemanha", disse o jornalista iraquiano Amir Musawy, que falou com Wenzel depois de sua prisão. "Ela me disse que quer voltar para casa, como uma jornada que ela fez e não gostou. É como se ela estivesse pensando como uma criança e não entendendo o que a espera."

Especialista em extremismo Adam Deen, da Quilliam Foundation, disse à VICE em julho que seria melhor se Wenzel fosse trazida para a Alemanha para ser julgada. "Se ela se envolveu em qualquer combate, ela vai ter que encarar o júri e ser julgada por isso", disse Deen. "Acredito que ela deveria ser extraditada para a Alemanha, porque se temos alguma chance de reabilitá-la, a melhor opção é tirá-la daquele ambiente."

No começo do mês, o tribunal central de Bagdá sentenciou um jihadista russo de 28 anos à forca. Todos os combatentes do ISIS encaram pena de morte sob a lei antiterrorista do país. Se condenados e executados no Iraque, segundo o Al-Monitor, os corpos de estrangeiros como Wenzel podem ser devolvidos a seus países.

A VICE entrou em contato com o ministério de Relações Internacionais alemão para esclarecer se eles tentarão extraditar Wenzel, mas não houve resposta ao nosso questionamento.

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