A cidadania esteve na manif

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A cidadania esteve na manif

Isso é o que importa.

A matemática é especialmente fodida quando tentamos avaliar a área da praça e dividi-la pela densidade média variável das pessoas. Não interessa, contas feitas, não cabem na praça do Terreiro do Paço 200 mil pessoas. Parece-vos importante? Foquemo-nos antes nas pessoas reais que, ao longo de toda a tarde (e um pouco da noite) de sábado, por lá passaram.

Conheci a Cidadania, que não tinha muito tempo para mim e estava mais preocupada em manifestar-se. Depois de andar a enfiar cenouras no rabo de outros manifestantes, ninguém diria que, afinal, a cidadã é uma pessoa lúcida. Nesta triangulação metodológica, aqui fica, como sempre, o nosso contributo qualitativo: VICE: Olá!
Cidadania: FORA, FORA DAQUI! A FOME, A MISÉRIA E O FMI! A pergunta que tem de ser feita: por que é que estás aqui?
Estou aqui porque é a única coisa que posso fazer. Exijo a demissão do primeiro-ministro e do Presidente da República, já que eles não conseguem evitar que a troika destrua a nossa Constituição. E o que significa essa roupa?
Criei esta personagem a que chamo Cidadania, por causa da manifestação de 19 de Novembro, aquela em que agrediram os manifestantes, manifestantes inocentes, de cadeira de rodas, frágeis, toda a gente. Foi violento. E ouvi o primeiro-ministro dizer que as manifestações de rua não têm qualquer importância para ele. Decidi criar esta personagem, para a usar como defesa do direito de expressão e do direito de protesto. Já vi que, por ti, vamos todos para a Assembleia, é isso?
Não sei. Como nunca tenho nada definido, movimento-me e faço as coisas de forma improvisada. É tudo no momento. É no momento em que decido o que faço. Queres deixar uma frase ao Passos Coelho? [Entretanto intensificaram-se os cânticos à nossa roda e percebi facilmente que a cidadania estava farta de mim.]
Não tenhas medo da troika e deixa funcionar as instituições. Fotografia por Nuno Barroso e Rui Marçal

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