Contra as expectativas dos mais "romanos", Green Book levou a melhor na categoria de Melhor Filme. (Foto por Valerie Macon/AFP/Getty Images, originalmente publicada aqui)
A nonagésima primeira edição dos Óscares, que aconteceu nesta madrugada de segunda, 25 de Fevereiro [hora portuguesa), não foi de encher o olho, mas confirmou o esforço da Academia em celebrar uma indústria menos dominada pelo homem e pela raça branca.Em paralelo à diversidade, não houve um vencedor inquestionável e a lista de estatuetas ficou distribuída de maneira bastante equilibrada (apesar de Green Book ter levado o mais importante de todos).Em dezasseis tópicos, eis o que sobressaiu no palco do Dolby Theatre, em Los Angeles, na mais esperada festa de Hollywood.Mesmo sem um anfitrião em específico, houve passagens engraçadas e a reter através de Tina Fey, Trevor Noah ou a dupla Melissa McCarthy e Bryan Tyree "Atlanta" Henry, que aludiram aos coelhos em The Favourite.Ter os Queen a abrir o evento com Adam Lambert na voz. Cumpre, mas é pouquíssimo para a memória do outro.Spike Lee pediu a mobilização de todos para ficarem do lado do amor contra o ódio, nas eleições em 2020 (o cineasta recebeu o Óscar para Melhor Argumento Adaptado por BlacKkKlansman); e Olivia Colman pela mistura do lado descontraído, "funny" e sem esconder aquele encantador nervoso miudinho por ter sido a escolhida - ver clip abaixo.Hollywood premiou-as com diversos Óscares e dá sinal de que o estado patriarcal da indústria está a mudar. Make women always great!A interpretação de "Shallow" foi perturbante (tema que acabaria por vencer a categoria de Melhor Canção). Gaga mostra que domina esta coisa de cantar, enquanto Bradley Cooper parece estar a fazer karaoke de si próprio.O filme The Favourite estava nomeado para dez categorias e perdeu em quase todas as frentes. Olivia Colman (Melhor Actriz) foi a excepção.Para quem não sabia que esta palavra fazia parte de uma das temáticas de um dos filmes a concurso, foi estranho e, ao mesmo tempo, gratificante ver um conjunto de mulheres a celebrarem o Óscar de Melhor Documentário de Curta-Metragem por Period. End of Sentence. O trabalho feito na Índia é dirigido por Rayka Zehtabchi. Um assunto insólito num acontecimento deste tamanho ou o #MeToo a dizer presente!A noite foi dos negros e dos mexicanos, mas também houve relevo para asiáticos - mesmo que tenham nascido nos states - e o "egípcio" Rami Malek (Melhor Actor por Bohemian Rhapsody). O espanhol começa a ser a segunda língua oficial do certame.Como a VICE Portugal previu, Green Book era quem mais tinha chances de retirar o último Óscar de todos a Roma. E foi o que aconteceu. A cor da amizade e esperança que não deves deixar de ver. (Ver vídeo abaixo na hora da consagração)A protagonista de Roma devia ter ido ao palco, numa das três vezes que Alfonso Cuarón subiu para receber o Óscar (Realizador, Fotografia e Filme Estrangeiro). Quem sabe a "empregada" lá vá estar numa das próximas edições.O intervalo foi preenchido com perguntas inesperadas a alguns dos nomeados, com discursos passados de outros vencedores, ou a descobrir curiosidades de prestigiados cineastas (como Kathryn Bigelow). Nada mal.Mahershala Ali (por Green Book) e Regina King (em If Beale Street Could Talk) são do melhor que se vê por estes dias nos ecrãs. As estatuetas que levam para casa - na categoria de Actor e Actriz Secundário/a - são o prenúncio de que vamos ouvir falar deles mais e mais e mais.Glenn Close e Christian Bale não terem vencido nas categorias de Melhor Actriz e Actor, respectivamente. Close é já a nomeada que mais vezes perdeu e nunca ganhou. Sete ao todo. Roma também viu o "livro verde" a levar a melhor no derradeiro envelope.Podia ter escolhido a Fox com os comentários dos radialistas da RFM, mas preferi a versão intocável da Fox Movies. Nem todos são Maria Botelho Moniz e Rui Pedro Tendinha a opinar sobre cinema… E, já agora: foi impressão minha (e do meu aparelho televisivo) ou houve uns ruídos chatos ao longo da transmissão?Green Book (três Óscares), Roma (três), Bohemian Rhapsody (quatro) e Black Panther (três). Mais: todos os que se opõem aos ideais de Trump.First Man, obra que fala sobre o lado pessoal e familiar de Neil Armstrong, durante a sua preparação para ir à Lua com a restante equipa escalada do Apollo 11, recebeu o Óscar para os Efeitos Especiais. Sinceramente, esta obra merecia outros sublinhados por parte da Academia ao invés de outras estrelas pouco brilhantes…Vê aqui a lista completa de vencedores. Acima, vê o clip do Washington Post sobre a 91ª Cerimónia dos Óscares.
Segue a VICE Portugal no Facebook, no Twitter e no Instagram.Vê mais vídeos, documentários e reportagens em VICE VÍDEO.
Publicidade
Apresentadores
Desnecessário
Discurso
Elas
Lady Gaga e o Gentleman Gago
Maior Derrotado
Menstruação
Publicidade
Minorias
"O" livro
O meu nome é Aparicio, Yalitza Aparicio
Pausa
Rei e Rainha nada secundários
Surpresas
Transmissão do evento
Publicidade
Vencedores
Vá lá… que recebeu qualquer coisa
Segue a VICE Portugal no Facebook, no Twitter e no Instagram.Vê mais vídeos, documentários e reportagens em VICE VÍDEO.