FYI.

This story is over 5 years old.

Saúde

Como não ser um babaca com pessoas que têm doenças crônicas

Conselhos para lidar com quem insiste em bancar o "médico formado em 'Grey's Anatomy."
Foto via moodkids.

Ficar doente ninguém gosta, real. Te impossibilita sair de casa, trampar, viver, e levar a pacata vidinha, como de costume. Quem tem alguma doença crônica sofre tantas privações que a única vontade é ficar eternamente em posição horizontal para ver se a crise ou dor passa. Nesse meio tempo, sempre vem um ser humano te encher as fuças. E você, já impossibilitado de sobreviver mais um segundo de vida, tem que aturar o migo de jaleco invisível, fazendo jus ao grande dito popular que "de médico e louco, todo mundo tem um pouco".

Publicidade

Segundo Chiara Brandão, cardiologista e médica do esporte especialista em doenças crônicas, "todas as doenças que acometem o paciente por um longo período de tempo, que muitas das vezes não têm uma cura, mas sim um período de remissão, que surgem com mais intensidade, outros que diminuem", são consideradas doenças crônicas. No Brasil, por exemplo, hipertensão, diabetes, reumatológicas, artrites, artroses, anemias crônicas e ferroprivas são as doenças crônicas que mais acometem a população.

Para afastar esses bruxões disfarçados de amigos, colegas de trabalho ou familiares, separamos alguns conselhos para lidar com esses seres que insistem em te ver bem, mas que ultrapassam o limite nos momentos de dor e recuperação. Saca só:

Nunca sugira medicar alguém, nunca

Meio mundo tem uma cartelinha do remédio trivial guardado para um momento de emergência. E ao ver um colega em momento de crise, saiba que nem sempre esse remédio irá salva-lo da mesma forma que você. Chiara explica que medicação é individualizada: "Às vezes, uma medicação serve para um paciente e não serve para outro, tem a questão dos efeitos colaterais, a interação medicamentosa entre um remédio e outro, e o paciente não sabe disso, quem sabe é o médico". Valeu, parça, mas hoje não. Remédio só com prescrição médica.

Não tente diagnosticar

Não dá para diagnosticar a dor alheia a olho nu. Não é que alguém esteja sentindo algo que possa ser semelhante a x ou y, só o paciente sabe o seu real sofrimento e só um médico pode indicar, por meio de exames, o que pode ser de fato.

Abomine o Dr. Google

"Isso é muito perigoso, é proibitivo, as pessoas não deveriam seguir essa linha, porque é um risco que se toma", explica a médica, em relação a quem se desespera e dá um pesquisar urgente no Google e tentar ao menos identificar os sintomas.

Publicidade

Não faça comparações com outras doenças

Não seja o tipo de pessoa que pergunta o que o outro está sentindo e tenta apontar doenças semelhantes. Já não basta todo o sofrimento que o doente esteja sentindo ali no momento, você também quer mostrar que é expert em medicina amadora. A chances de deixar o outro em pânico é 11/11. Por favor, pare.

Respeite a intensidade da dor ou crise

Tem gente que sofre por ansiedade por ver alguém em momento de dor. Calma, respira e tenha empatia com o doente. Se ele falar que está tudo bem, está tudo bem, caso contrário, é um sinal para um atendimento médico. Não insista para que a pessoa fique dando declaração de sua condição de saúde a todo momento. Tenha paciência.

Seja positivo

Esse é o momento para deixar de ser um enfermeiro encostado. Tente usar esse tempo para acalmar, e se possível, tentar entender o momento do adoentado. "Toda doença tem o seu tempo e que não é da noite pro dia", menciona Chiara. Apoie, incentive e faça o mínimo para que a pessoa se sinta confortável e consiga superar esse momento em que bate as bads da doença.

Siga o Bruno Costa no Twitter.

Siga a VICE Brasil no Facebook, Twitter, Instagram e YouTube.