Vejo os ganso descer: japonês da Federal é preso pela Polícia Federal

O agente da polícia federal Newton Ishii, batizado pelas redes sociais como "Japonês da Federal" pela sua onipresença nas fotos de réus apreendidos na Operação Java Jato, foi preso nesta terça-feira (7) em Curitiba. Em 2003 Ishii foi condenado a quatro anos e dois meses de prisão após a Operação Sucuri, que investigava a agentes da Polícia Federal que facilitavam a entrada de contrabando no Brasil pela fronteira com o Paraguai. Um recurso de Ishii no processo foi indeferido em março deste ano e a condenação foi mantida.

O mandado de prisão foi emitido pela Vara de Execução Penal Justiça Federal de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, onde os crimes relacionados à Operação Sucuri foram investigados. O caso corre sob segredo de justiça. Ishii também foi citado, como "japonês bonzinho", em gravações nas negociações do senador cassado Delcídio do Amaral com o filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Nelas, o advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, acusa o agente de vender informações sobre a Lava Jato para veículos de imprensa.

Ishii ganhou fama na medida em que a Lava Jato avançou na prisão de diretores de empreiteiras e políticos, aparecendo em fotos na imprensa ao acompanhar grande parte das prisões, e se tornou sinônimo do combate à corrupção no país ao lado do juiz Sérgio Moro. Foi citado jocosamente na Câmara dos Deputados durante várias fases do processo de impeachment de Dilma Rousseff ("o japonês tá vindo aí" era uma das frases favoritas de deputados da oposição) e mesmo o ex-presidente Lula, quando levado em condução coercitiva na Lava Jato, teria sentido falta de Newton: "ué, cadê o japonês?", teria perguntado Lula, levando ao riso os agentes que o abordaram no início de março em sua residência.

Além de montagens no Twitter, Ishii chegou a ser tema de marchinha de carnaval e também é o personagem principal do conto erótico "Prenda-me, Japonês da Federal!", além de ser abordado para ser fotografado por um sem número de fãs, incluindo o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e seu filho.