Esta matéria foi originalmente publicada na VICE US .Albert Elm, um fotógrafo da Dinamarca, cresceu junto com sua câmera. Quando se mudou de Aarhus para Odense na adolescência, ele teve dificuldade para se adaptar à vida no interior e passava muito tempo caminhando sozinho. Elm se voltou para a fotografia para dar alguma direção a toda aquele energia turbulenta. Isso o ajudou a explorar novos lugares e conhecer pessoas.
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O que torna seu trabalho tão interessante é sua estética de instantâneos. "Acho que as melhores fotos são tiradas em situações espontâneas e encontros aleatórios. Normalmente tiro fotos rápidas de pessoas que conheço, amigos, família, e lido com isso depois quando edito meu material", diz Elm sobre seu processo fotográfico. "Gosto de retratar o bizarro na vida ordinária, e como o próprio conceito de 'ordinária' é relativo. Quanto mais lugares conheço, menos minhas fotos são sobre os lugares para onde viajo. Acho interessante tentar fazer fotos que contam histórias sobre a vida num contexto maior, em vez de simplesmente documentar como é a vida em um lugar em particular."
Depois de perder todo seu equipamento em Sofia, Bulgária, em 2009, Elm queria voltar ao ritmo o mais rápido possível. Ele comprou uma pequena câmera de bolso de 35 mm e trabalhou para um fotógrafo local para poder comprar filme barato."Ter uma câmera simples me permitia tirar fotos sem me preocupar com a técnica", explica Elm. "Com os anos, comecei a me conhecer melhor fotograficamente. Vi padrões na maneira como eu fotografava, e dali comecei a refinar a maneira como eu abordava essas tendências."Seu novo livro, What Sort of Life This Is, é uma curadoria de sua estética de instantâneos. "Acho que isso começou quando comprei aquela câmera básica", relembra Elm. "Eu não tinha uma ideia específica — nem sabia que tinha começado um projeto de livro. Só estava fotografando minha vida e os lugares que visitava. A série foi crescendo com o tempo."
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Ser um cara viajado é uma grande parte de quem Elm é como fotógrafo, e ter um estilo de vida nômade é o que o faz sentir em casa. "Sempre estive em movimento", explica. "Meus pais se separaram quando eu era bem novo, então passei muito tempo andando de trem."Numa entrevista de 2013 à VICE, Elm descreveu seu livro como uma expressão de alienação, e da ideia de autodescoberta que vem de existir num lugar não familiar. "Minha primeira viagem para a China teve um grande papel no meu trabalho — era um mundo completamente diferente e colorido. Me sentir tão fora de lugar me deixou muito curioso sobre o que me cercava. Isso me ensinou muito sobre tirar fotos em casa também — sobre tratar igualmente tudo que estiver na frente das lentes."O trabalho de Elm não tenta apontar uma direção em particular ao espectador. Em vez disso, ele sugere um jeito de buscar e fazer perguntas sem estar interessado numa resposta."Procuro por detalhes que acho que contam uma história sobre ser humano."