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Saúde

Os jovens com acne acabam por viver mais e ter melhor aspecto que os outros

Qualquer dermatologista que se preze pode confirmar que as pessoas com pele oleosa não têm rugas até bastante tarde na vida. Agora, um novo estudo descobriu exactamente porque é que isso acontece.
Hannah Ewens
London, GB
testa com acne
Este pobre rapaz ainda terá o seu auge (Foto via Wiki).

Este artigo foi originalmente publicado na VICE UK.

Toda a gente tem de parecer um bocado gordurosa e borbulhenta durante a adolescência. É uma espécie de ritual de passagem. Alguns de nós, claro, somos suficientemente azarados para termos acne adulto nos vintes e andarmos por aí tipo pré-adolescentes demasiado crescidos, já com mamas e uma pasta de documentos importantes debaixo do braço. Algo deste género.

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Porque é que somos nós os escolhidos? Quem sabe. Mas, atenção a todos os abençoados com uma crónica cara de pizza. Fiquem a saber que as hormonas, o açúcar e o stress das nossas vidas miseráveis são algumas das razões cientificamente comprovadas que estão no cerne da nossa situação facial.

No entanto, uma vantagem de que me estou sempre a gabar é que, tal como qualquer dermatologista que se preze pode confirmar, as pessoas com pele oleosa não têm rugas até bastante tarde na vida. Agora, um novo estudo descobriu exactamente porque é que isso acontece. As células de pessoas com acne têm uma espécie de protecção embutida contra o envelhecimento e que, muito provavelmente, vai fazer com que tenham melhor aspecto quando forem mais velhas, para além de ajudar a que tenham vidas mais longas.

O estudo dos glóbulos brancos recolhidos em indivíduos afectados pelo acne mostrou que estes têm protectores mais longos nas pontas dos cromossomas. Os protectores - denominados telómeros - são, basicamente, o equivalente para um cromossoma daqueles bocadinhos de plástico que temos na ponta dos atacadores e que impedem que estes se desfiem. A investigação mostra que, quem sofre de acne, tem telómeros significativamente mais longos e, portanto, pode ser abençoado com a dádiva de uma vida longa.

A responsável pela investigação, Simone Ribero, do King's College London, diz: "Há muitos anos que os dermatologistas perceberam que a pele de pessoas com acne aparentava envelhecer mais devagar, do que a pele daqueles que nunca tiveram acne na vida. Apesar de isto ser observado clinicamente, a causa efectiva permanecia, até agora, pouco clara".

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No estudo, os investigadores focaram-se num caminho genético denominado p53, que regula a "morte programada de células", uma espécie de suicídio celular. Quando os telómeros ficam demasiado curtos, podem despoletar uma série de eventos que levam à morte programada de células. O caminho p53 mostrou ser menos activo na pele de quem sofre de acne, embora esta situação ainda esteja a ser investigada.

Mas ouçam-me: eu não quero saber o resultado deste prolongamento da investigação. É que, para já, com o que já sei, tenho a certeza de que vou estar em forma eternamente e não há nada que vocês possam fazer contra isso.


@hannahrosewens

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