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Viagem

Estudo garante que há idiotas que só visitam países "cool" para sacarem "Likes"

Investigadores questionaram 758 viajantes sobre as suas motivações para viajar. Os resultados são deprimentes.
Image via Shutterstock

Este artigo foi originalmente publicado na VICE Austrália.

Bem, vamos começar com um joguinho rápido. O jogo chama-se "Detecta o Sítio Cool" e as instruções estão explícitas no nome. Vamos lá:

  • Uma loja de ferragens em Canberra
  • Qualquer sítio no Reino Unido que não seja Londres
  • Cuba

Respondeste "Cuba"? Então, parabéns! Acertaste e vê-se que entendes plenamente as nuances desta história. Isto porque (como sabes) há sítios que são cool, enquanto outros não (como tu também percebes!) e visitar sítios cool fica extremamente bem no Instagram. E não é só isso. Antecipar o que fica melhor no Instagram também influencia o número de pessoas como tu que a seguir vão visitar esse local. E, claro, há um estudo que o prova.

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A sondagem foi levada a cabo pela Universidade da Georgia, nos Estados Unidos da América, com 758 pessoas a responderem a um questionário sobre o seu desejo de visitarem Cuba. De todos os destinos possíveis, Cuba foi o escolhido devido à recente abertura ao turismo proveniente dos EUA. Devido a ter estado tanto tempo fechado aos turistas norte-americanos, Cuba é tida como uma experiência autêntica de viagem, ainda que apenas a curto prazo. Como o estudo realça, "a narrativa visita Cuba antes de ser 'Mcdonaldizada', foi claramente encaixada por milhares e milhares de turistas norte-americanos".


Vê também: "Safari Humano: os turistas que observam a tribo Jarawa"


Com isto em mente, os investigadores questionaram os participantes sobre se gostariam de visitar a Ilha algures no próximo ano, nos próximos cinco anos, ou nos próximos 10. Depois, foram feitas várias perguntas sobre as suas motivações para viajar, tendo por base o período que escolheram em primeiro lugar. E as respostas foram esclarecedoras: as pessoas que querem ir a Cuba no próximo ano estão muito mais motivadas pela garantia de "likes" nas redes sociais, enquanto aqueles que preferem esperar mais cinco ou 10 anos demonstram um maior interesse pelo país em si.

Como apontam os responsáveis pelo estudo: "O valor simbólico das publicações nas redes sociais sobre experiências de viagens, tem uma muito maior influência na intenção de se viajar no curto-prazo, quando comparado com o longo-prazo". Os investigadores sugerem que estes resultados são úteis para agências de viagens, já que "destinos com alto potencial nas redes sociais podem aproveitar o 'efeito de manada' e o 'efeito snob' que a popularidade lhes confere".

Portanto, aqui tens. Em jeito de resumo, pode dizer-se que aquela sensação que tinhas de que pessoal que posta selfies em Phuket não sabe o que é que está a dar, é totalmente sustentada pela ciência. Todavia, também aquelas tuas fotos em Machu Picchu não passam de demonstrações patéticas de narcisismo bacoco… portanto, talvez não fiques propriamente a ganhar. É a vida a acontecer nas redes sociais!

@MorgansJulian