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A marcha falida do MBL pelo Escola Sem Partido

O projeto de lei ressuscitado em 2014 por Flávio Bolsonaro (PSC) tenta ganhar adesão com apoio de MBL. A marcha, porém, teve um fracasso de público.
Kim Kataguiri e Fernando Holiday. Foto: Facebook

Na última terça (15), o MBL (Movimento Brasil Livre) organizou o que chamou de "A Marcha pelo Escola Sem Partido". O ato, marcado para acontecer em 103 municípios do país, parecia chamar atenção por sua capacidade de mobilização.

O intuito da marcha, de acordo com o MBL, é a luta por uma escola livre de doutrinação política. Líderes do movimento, Kim Kataguiri e o vereador por São Paulo Fernando Holiday (DEM) foram às ruas, junto com pequenos grupos, para empunhar cartazes que pediam uma "escola sem partido".

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A tentativa do grupo é que vereadores ao longo do país façam projetos de lei impedindo a tal doutrinação em sala de aula. Fernando Holiday, em São Paulo, fez visitas surpresas em escolas da rede municipal em busca de evidências de doutrinação. Não as encontrou, a própria ONU reprovou a ação do político. O caso, inclusive, foi investigado pelo Ministério Público e posteriormente o arquivado. Curiosamente, no entanto, as "visitas surpresas" cessaram.

A marcha, por sua vez, de fato aconteceu em inúmeras cidades do Brasil. A adesão é que não colou. Imagens mostram pouquíssimas pessoas reunidas. O movimento postou, inclusive, um vídeo de um suposto enfrentamento de manifestastes contra e a favor do escola sem partido. O detalhe: o vídeo está sem som.

O próprio MBL não divulgou números de manifestantes presentes na marcha, nem mesmo na página Jornalivre, "veículo" dos mais citados nas redes do movimento.

Postado na página de Holiday, um vídeo mostra o vereador defendendo o projeto da escola sem partido na Câmara dos Vereadores de São Paulo. Pouca gente esteve presente.

Em Brasília teve vigília de, bem, sete pessoas.

Nem mesmo uma dezena de manifestantes colaram em São Gonçalo (RJ).

Taubaté (SP) parece ter tido o recorde de manifestantes.

Adesão de sete pessoas em Guarapuava (PR).

Em Curitiba, a passeata também não vingou. O número de adeptos do MBL não foi maior do que o de professores contrários ao Escola sem Partido, e a tímida manifestação terminou de jeito incendiário — com bandeiras do movimento de Kataguiri sendo queimadas no chão.

Outras figuras controversas, como Jair Bolsonaro e seu filho Flávio Bolsonaro — o responsável por ressuscitar a ideia do escola sem partido — defendem a causa. Só assim, as escolas públicas no Brasil ficarão, enfim, sem ideologia:

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