Mulheres em mais de 40 cidades brasileiras tomaram as ruas contra a cultura do estupro

No fim de maio, uma adolescente de 16 anos foi estuprada por 33 homens na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro. Um vídeo do crime divulgado no Twitter chocou a internet e fez com que o caso repercutisse por todo o país e também na imprensa internacional. Ainda sob investigação, apenas dois acusados foram presos. O ocorrido motivou milhares de mulheres a irem às ruas protestar pelo fim da cultura do estupro no Brasil, onde são registradas 50 mil denúncias de casos de estupro por ano.

Ontem, segundo um mapa feito pelo Coletivo Juntas, pelo menos 45 cidades do Brasil reuniram homens, mulheres e crianças para pedir justiça e o fim da violência contra a mulher. No Rio, onde o estopim para as manifestações aconteceu, a organização do ato contou cinco mil manifestantes saindo do centro, na Candelária, em que as minas seguiram em marcha gritando palavras de ordem. Em Belo Horizonte (MG), a Polícia Militar contou 300 manifestantes que caminharam do centro da cidade até a Praça da Liberdade, enquanto as organizadoras contaram três mil. Em São Paulo, a manifestação marcada para as 16h saiu do MASP, na Avenida Paulista, e terminou na Praça Roosevelt. Emocionadas, as mulheres também gritavam pedindo a saída do presidente interino Michel Temer.

No caminho, um cordão de segurança protegia mães e pais que foram acompanhados de crianças e bebês. Um boneco do Alexandre Frota foi queimado no meio da Avenida Paulista. Na Rua Augusta, o ato se encontrou com a manifestação do MTST. Segundo as organizadoras do ato, cinco mil pessoas estiveram presentes. A Polícia Militar não soube informar o número de manifestantes, mas dá pra sacar que não era pouca gente.

Em Boa Vista (RR) e em Natal (RN), manifestações semelhantes aconteceram no dia 28 de maio e dia 29 em Goiânia (GO). No Rio, mais um ato está marcado para hoje no centro da cidade. Uma roda de conversa sobre a cultura do estupro está marcada para domingo (5) no vão do MASP, em São Paulo, às 14h e duas manifestações estão marcadas para amanhã, uma no ABC Paulista e outra em Recife.

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